Entrevista

Tiago Bettencourt
Se eu andasse à procura de prémios já estaria desmotivado

53413492_10156168768451167_3611538420389642240_o.jpgEm tourné a apresentar o seu mais recente disco de estúdio, «A Procura», Tiago Bettencourt continua a construir uma carreira ímpar na música portuguesa. A riqueza da simplicidade dos seus poemas e melodias depressa captou a atenção do público. Êxitos como "Carta", "Morena" ou "Canção Simples" trouxeram o reconhecimento, mas o mais importante é o sucesso junto  do público.

Acabas de ser nomeado para os Globos de Ouro na categoria de Melhor Espetáculo ao Vivo. É um reconhecimento importante para o teu trabalho?
É uma nomeação simpática, mas já não ligo muito a prémios. Acho que o importante é o trabalho que vamos fazendo. Se eu andasse à procura de nomeações e de prémios já estaria bastante desmotivado (risos).


Mas acaba por ser uma distinção importante. Como é o espetáculo que tens apresentado ao vivo?
É uma banda que está a apresentar um concerto muito interessante e que tem ficado cada vez mais sólida ao vivo. Tocamos canções do último álbum, «A Procura», mas ainda outros temas mais antigos. O cenário também está muito bonito e acho que contribui para valer a pena assistir ao nosso espetáculo ao vivo. É um espetáculo que construímos com muito carinho e é fruto de toda a minha carreira. Reflete o caminho que fui percorrendo e, felizmente, o público tem gostado.


Portanto, para ti o prémio mais importante é o sucesso junto do público.
Exatamente! O maior prémio é ver os concertos cheios porque são as pessoas que permitem que eu esteja no mundo da música há tanto tempo.


E quais são as expetativas do público quando vai hoje a um concerto de Tiago Bettencourt?
É curioso porque temos cada vez mais reportório, por isso, o público que nos vem ouvir é bastante diversificado. As pessoas não vêm necessariamente à espera de ouvir um hit. Apegam-se a músicas completamente diferentes. Tanto podem conhecer uma música do meu primeiro álbum a solo como também só conhecer os temas deste último álbum. Estamos a falar de gente de várias faixas etárias, desde crianças a pessoas com mais idade. E essa partilha geracional faz com que o espetáculo seja ainda mais interessante.


11148529_10152880369356167_1567534956781389271_o.jpgFalaste no vasto reportório que tens construído desde a época dos Toranja, com o álbum de estreia «Esquissos» em 2003. Começa a ser difícil gerir ao vivo tantas músicas e tantos sucessos?
A maior dificuldade é separar-nos de músicas que gostamos de tocar ao vivo para dar lugar a outras de que também gostamos. Por outro lado, de vez em quando há pessoas que nos pedem músicas mais antigas, mas já nem nos lembramos de como as tocamos. Ficamos com pena porque são de facto músicas engraçadas. Mas renovar faz parte da vida. Há algumas canções mais antigas que vão sobrevivendo e outras que renascem a determinada altura.

Êxitos como "Carta", "Laços", "Morena", "Aquilo que eu não fiz" ou "Canção Simples" são indissociáveis da tua música. Esse sucesso ainda te surpreende?
Na verdade, eu nunca estou à espera que os meus álbuns sejam um sucesso na altura em que os lanço. Já aceitei que as pessoas só os descubram vários anos depois. Tem sido assim que o meu reportório funciona.

Que mensagem é que deixas a quem vai aos teus concertos?
Gosto que as pessoas me ouçam como se fosse a primeira vez. As pessoas devem ir para os concertos sem expetativas e sem preconceitos, que eu acredito que vão gostar de toda a envolvência do espetáculo que construímos.

Ricardo Coelho | Tiago Carvalho
Tiago Bettencourt - Facebook Oficial
 
 
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