O segredo para escrever uma boa canção está na honestidade. A opinião é partilhada nesta entrevista por Diogo Lopes, agora SYRO, baterista português que decidiu soltar a voz numa carreira a solo.

Depois de uma carreira na bateria, apresentas-te agora a solo no projeto SYRO. O que podemos esperar?
O SYRO é, acima de tudo, a camisola que o Diogo Lopes veste para dar voz às mensagens que quer passar nas canções. Acredito que os artistas têm o dever de colocar honestidade em tudo o que escrevem. O meu primeiro single, «Deixa Passar», já saiu e reflete essa postura. O tema remonta a um período menos feliz da minha vida e, nessa altura, senti necessidade de escrever uma espécie de diário pessoal, que agora torno público. Está aí para quem quiser ouvir, e penso que muitas pessoas identificam-se com o sentimento. A mensagem da canção é que as coisas só têm a relevância que nós lhes dermos. Por vezes estamos tão constrangidos com o que se passa à nossa volta que não conseguimos ver o dia de amanhã. Mas eventualmente tudo passa, tudo fica mais leve.

Quais são as grandes diferenças entre tocar bateria e dar voz a um projeto musical?
O SYRO é, no fundo, o culminar de toda as experiências e vivências pelas quais já passei. Fundei e integrei há cerca de seis anos os Caelum, banda em que fui baterista e que me conferiu experiência de estrada e em estúdio. Agora chega o SYRO que é um bocado o espelho de tudo o que fui vivendo até hoje.

Decidiste que era altura de partilhar as tuas ideias e vivências pela própria voz?
Exatamente. E, conforme disse, acho que os artistas devem colocar honestidade em tudo o que fazem, porque só assim conseguem criar empatia com o ouvinte. Por isso, nas minhas letras tento transmitir com verdade tudo o que sinto e tudo o me faz pensar.

Para além das tuas vivências, no que te inspiras?
Tento sempre abordar temas com os quais, em primeiro lugar, eu me identifique. E, depois, procuro também falar de temas com que as pessoas à minha volta se identifiquem. No fundo, o meu grande propósito é que as pessoas associem a minha música às suas próprias vivências. Mesmo que as canções tenham um significado diferente para cada um de nós, uma vez que todos somos seres individuais, isso deixa-me muito grato. É como se a minha música fosse uma «soundtrack» para momentos específicos da vida de alguém.

Por falar em soundtrack… a música «Deixa Passar» faz parte da banda sonora de uma novela da TVI. Como recebeste essa notícia?
Saltei do sofá! O meu agente comunicou-me que a canção tinha acabado de entrar na novela e eu senti que não podia ter recebido melhor notícia. Para um primeiro single não existe melhor rampa de lançamento e de visibilidade do que uma mega produção como esta, ainda por cima num canal como a TVI. E sabes o que é curioso? A novela tem como título «Valor da Vida» e a mensagem que tento transmitir na «Deixa Passar» não podia associar-se melhor a um título como esse.

Será esta a primeira de muitas canções tuas que vão integrar bandas sonoras?
Espero que sim? Seria muito bom sinal! Neste momento, estou em estúdio a cozinhar o meu primeiro álbum. Até ser editado, deverão sair mais um ou dois singles. Posso garantir que em 2019 vou fazer muitos lançamentos e dar muitos concertos.

O que podemos esperar desse álbum?
Podemos contar com músicas honestas e muita diversidade. Não faço nada que não seja honesto. Espero que as pessoas se identifiquem com aquilo que tenho para dizer.

E também haverá digressão?
Sem dúvida. O ano de 2019 vai ser em grande. Podem acompanhar as datas dos concertos nas redes sociais. Espero que gostem!