Entrevista

Nova banda portuguesa
Bem-vindos ao Cabaret Fortuna

Viver à Patr¦o.jpg Alberto Almeida é o  fundador e vocalista da  nova banda portuguesa, Cabaret Fortuna. O primeiro trabalho discográfico da banda chama-se Amor e Coisas Parvas e já começou a conquistar público com o tema de apresentação Bar Aberto. Cabaret Fortuna aposta na sátira portuguesa e fá-lo com amor, humor e  non sense. Para Alberto é como diria Pessoa:  «Primeiro estranha-se, depois entranha-se.»

Como é que surge o nome Cabaret Fortuna?

O nome Cabaret Fortuna surgiu durante a minha estadia em Londres. Era o nome de um clube que se formou em Londres, durante os anos oitenta, para fazer frente à mítica sala londrina Marquis, mas que acabou por ser frequentado por pessoas de outra índole, que não a musical. Esse mesmo clube é retratado num vídeoclip dos Depeche Mode, o It`s No Good. Depois, tem um pouco haver com a sátira portuguesa, que no fundo é o nosso Cabaret diário e a nossa fortuna. Vivi uns tempos em Londres e nessa altura já estava a cozinhar o projecto, mas ainda não tinha nome. Apareceu assim, de forma muito natural e espontânea.

 

Bar Aberto foi o vosso tema de apresentação. Uma escolha perfeita para servir de rampa de lançamento para o vosso projecto?

Sim. Sem dúvida. De modo geral é o tema que melhor define a energia do Amor e Coisas Parvas, do disco.  O tema tem também a curiosidade muito grande de, na letra, apresentar a banda ao mundo.

 

O tema teve um sucesso rápido. Ficaram surpreendidos com a popularidade dessa canção?

De certa forma já estávamos a contar com isso, em estúdio. Quando estávamos a tratar

da parte da promoção do disco, falei ao produtor, o Kiko Serrano, que era excelente o próprio refrão da música ter uma certa conotação de marcha popular de Lisboa, em termos de melodia. Isso para puxar um pouco às nossas raízes.

 

CABARET FORTUNA.jpgDepois do Single, seguiu-se a edição do vosso primeiro registo, o álbum, Amor e Coisas Parvas. Ficaram satisfeitos com o impacto, as vendas e a popularidade deste registo?

Sim. Ficamos satisfeitos, embora tenhamos em conta que ainda há muito a fazer, muito para dar neste trabalho discográfico. Pela frente ainda temos um longo trabalho. Mas isso é bom. Ficamos satisfeitos com a receptividade das pessoas.

 

O disco teve um interessante naípe de colaborações especiais, Paulo Praça, Rui Cenoura, entre outros. Eram amigos dos elementos da banda?

Sim. O álbum foi gravado nos estúdios da Arruda, com o produtor e teclista da banda, Kiko Serrano, que também tem um projecto musical, os Plaza. Também trabalho com os Plaza, como fotógrafo, portanto, somos um grupo de amigos. Essa colaboração acabou por acontecer de uma forma espontânea. O Paulo Praça, o Simão Praça, que participou nalguns coros, o Pedro Moura, nas guitarras - o Pedro Moura que esteve nos Três Tristes Tigres; O Sérgio Castro, com quem trabalho como fotógrafo também, acabou por colaborar num dueto, na música Choca Aí; Campeão; o Álvaro Costa juntou-se a nós no tema Levanta a Tola e Toca Viola, num registo muito Rádio Fortuna, meio Liga dos Últimos, que é muito próprio do Álvaro; e depois também tivemos a colaboração do Júlio Pereira, no tema Rap do Fundo ao Tacho, que foi excelente e só veio engrandecer o trabalho.

 

Quando lançaram este projecto tiveram a noção que o conceito e também a imagem constituíam algum risco?

Sim. É normal que isso aconteça, é um pouco ousado o conceito. Com os portugueses "Primeiro estranha-se, depois entranha-se" já dizia o Pessoa. Somos um país de brandos costumes, às vezes torcemos um bocadinho o nariz ou estranhamos um pouco algo que seja novo, para o qual ainda não possuímos muita informação. Mas, a seu tempo, as pessoas acabam por aceitar as coisas com naturalidade e perceber o conceito do trabalho em si.

 

Os elementos do grupo, além de interpretarem e cantarem, também representam. Há um pouco de teatro numa mistura perfeita em ambiente de festa?

Isso é muito importante e está muito explícito no primeiro Videoclip dos Cabaret Fortuna, no Bar Aberto. No fundo é dar às pessoas, através da imagem, uma outra conotação diferente da letra. Foi o que fizemos no videoclip, e é isso que fazemos ao vivo, com a apresentação e a imagem que temos.

As letras destes temas foram construídas em duas bases: no amor e também com o humor?

Com o amor, com o humor e também com uma grande dose de non sense à mistura.

 

Fotointerior.jpgDepois da edição do disco seguiram-se as apresentações ao vivo. Em relação a trabalho na estrada, neste ano de 2011, estão satisfeitos com o número de espectáculos que tiveram oportunidade de dar?

Sim. Estamos neste momento a preparar uma nova série de espectáculos, que vão arrancar em breve. Mas estamos muito contentes, especialmente com a recepção por parte das pessoas, que tem sido fantástica. Tem sido um prazer enorme receber esse feedback.

 

Em palco, para além do muito humor, da brincadeira e da representação, em breve a multimédia vai dar uma ajuda à festa...

Usar a multimédia, mas sempre tendo em conta que tem de haver uma mensagem, conteúdo, isso é que é o importante. É um bocado por as coisas em causa, de uma maneira simpática, divertida e alegrar, como é óbvio.

O vosso som encaixa melhor em ambiente nocturno?

Creio que sim. O tema Bar Aberto tem sido muito divulgado em ambientes estudantis. Faz todo o sentido que seja num ambiente mais nocturno.

 

Gostavam de dar uma roupagem diferente ao vosso tema de estreia, com remisturas direccionadas para as pistas de dança?

Contactamos algumas pessoas e provavelmente muito brevemente teremos oportunidade de o fazer. Se bem que temos de ter imenso cuidado, não é assim tão fácil dar uma outra roupagem sem tirar todo o significado e toda a força que o próprio original já tem. Mas, sim. Já temos isso em vista.

 

Para 2012 quais são os principais projectos do vosso grupo?

Em 2012 será continuar na estrada, com o nosso Amor e Coisas Parvas. Fazer o espectáculo crescer. Levar para a estrada um show mais completo, dar isso às pessoas. Apareceremos  na queima das fitas e em vários locais. Correr o país de norte a sul, e quem sabe, segundo os contactos que já temos, além fronteiras.

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