Virgem Suta
Quando o limbo é o lugar de destino
«Limbo» acaba de ser
editado. Como foi fazer este disco?
É uma felicidade enorme. foi muito difícil chegar a este
momento. batalhámos bastante para conseguir que tudo se alinhasse.
É um disco de que gosto muito. custou muito fazer, mas é a nossa
cara.
O disco de estreia, homónimo, foi
editado em 2010. dois anos depois chegou «doce lar». E três anos
depois surge então o terceiro registo. Foi um trabalho que demorou
um pouco mais que o anterior.
Mais do que o anterior sim. Mas no primeiro demorámos oito
anos. Estamos a ficar cada vez mais eficientes (risos). Foi o tempo
de que precisávamos, porque nós temos profissões paralelas que nos
ocupam os dias inteiros. A feitura dos discos e mesmo a criação das
canções é sempre ao fim do dia. Portanto, é natural que se estenda
por largos meses. Não conseguimos ter a rotina diária de fazer
música de manhã à noite.
É difícil conciliar no dia a dia a
vida profissional com a música?
Em geral, não é. mas há fases em que é preciso fazer uma
grande ginástica para conciliar tudo. Faz parte. O objetivo maior é
editar o disco. Temos todo o gosto em fazer música e depois
promovê-la. É uma sorte termos rádios, blogues, televisões com
interesse na nossa banda e na nossa música.
A edição de «Limbo» foi antecedida por
dois singles de avanço, com direito a vídeos completamente
diferentes. Como foi a aventura das gravações?
Este disco foi uma experiência muito divertida. Os vídeos
tinham que obrigatoriamente mostrar toda a ironia e brincadeira que
existe nas nossas músicas. Gravar o «Ela queria» foi
engraçadíssimo. No «Regra geral» quisemos dar realce à música e à
letra, daí fazermos um "lyric vídeo" que fosse divertido.
Que
primeiros feedbacks têm tido?
Têm sido muito bons. Acho que quem nos segue, estava à espera
de nos ver desta forma: por um lado a diversão que nos caracteriza
e, por outro, as letras acutilantes.
A sonoridade das canções mantém a
linha condutora da banda, mas há surpresas no meio do disco.
Não nos esforçamos muito por fazer coisas diferentes, mas com
a idade vamos vendo as coisas de forma diferente. Temos uma
perspetiva diferente daquela que tínhamos há seis anos atrás quando
lançámos o primeiro disco. Temos também outras influências que nos
vão fazendo crescer. Nada é premeditado. Do ponto de vista
criativo, este disco nasceu com muita naturalidade.
De onde vai surgindo a inspiração para
criarem as melodias?
São coisas difíceis de explicar. Por vezes andamos na rua e
surge uma qualquer ideia que dá início a uma canção. Ou podemos ler
ou ver alguma coisa que origina uma quadra, uma melodia… não temos
uma regra de composição. Costumo partir da escrita para a melodia,
mas não é regra. E neste disco acontece muito o contrário.
O ano
de 2015 está na ponta final. Fica marcado pela edição do novo
disco, mas houve também muitos concertos?
Foi o número possível. Com a agenda de gravações e com o
cuidado dedicado aos arranjos não tínhamos outra hipótese que não
criar e gravar com tempo. agora sim, queremos estrada.
Hugo Rafael (Rádio Condestável) com textos de Tiago Carvalho
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