Unconditional Love
Nu Soul Family
Alan Gul, Bassman, Virgul e Dino constituem a banda
portuguesa Nu Soul Family. Unconditional Love, o segundo trabalho
discográfico da banda, foi lançado este mês de Outubro, no Hotel
Ritz em Lisboa. Alan Gul fala de um álbum mais orgânico, concebido
a pensar nos concertos e na força que a banda gosta de ter ao
vivo.
Há uma componente mais
orgânica nas composições do novo álbum e também a inclusão de mais
instrumentos…
Com os concertos que tivemos,
depois de lançar o primeiro álbum, percebemos que podiamos crescer
mais. Neste segundo álbum, tivemos o cuidado de deixar transparecer
a força que gostamos de ter ao vivo. Na parte de composição,
fizemos as músicas já a pensar naquilo que podíamos fazer.
Conseguimos colocar a parte de cordas e sopros, de harmonias, de
voz e estruturas de música a pensar no "power" que gostamos de ter
ao vivo. Isso transparece bastante neste segundo álbum.
Este trabalho foi
antecedido de dois singles: Everybody Listen e It`s Whatever You
Want. Foram dois cartões de visita perfeitos para o bolo
final?
Claro que sim. Em 2011, decidimos
lançar uma faixa It`s Whatever You Want já a preparar um cheirinho
para o segundo álbum. Obviamentente, ajudou bastante. O Everybody
Listen também saiu um tempo antes do álbum. Isso é bom para as
pessoas sentirem que os Nu Soul Family estão aqui para ficar.
O vosso segundo longa
duração, Unconditional Love, apresenta como bónus duas remisturas.
Everybody Listen o novo single vai ter direito também a novas
versões?
Esperemos que sim. Faz todo o
sentido que tenha. É um tema mais clube, mais dedicado às pistas de
dança. Vai ser um tema que considero uma "balada" de dança. Mas
sim, faremos todos os possíveis para ter remisturas desse tema,
brevemente.
A música de dança em
Portugal tem ainda um grande território para ser
descoberto?
A música de dança tem vindo a apoderar-se cada vez mais do
mercado mundial. Em Portugal, haverá ainda algum espaço a explorar.
No que toca aos Nu Soul Family queremos estar vinculados à parte
dos concertos.
A nível mundial a Dance
Music tem ganho terreno a muitos estilos musicais. Os softwares têm
evoluído bastante o que permite fazer coisas muito interessantes e
explorar territórios que há uma década atrás seriam
impensáveis…
Sem dúvida. Aliás, dou-lhe um exemplo. O estúdio onde
gravamos, em Lisboa, não está próximo da minha casa. Mas, tenho em
casa um mini setup com computador, placa de som e um teclado midi.
Faço o que posso fazer em casa, devido aos softwares. Depois, passo
para estúdio, onde tenho mais condições e equipamento para
trabalhar e embelezar o trabalho e a base que fiz em casa, de forma
a que fique profissional no produto final. Hoje em dia, o software
facilita bastante.
Os Nu Soul Family são
quatro elementos. Como é que funciona o processo criativo das
vossas músicas?
Felizmente, flui naturalmente. Quatro cabeças a pensar é
melhor do que uma, ou duas. Com o passar do tempo conhecemo-nos
mais e temos uma relação muito forte, entre os quatro, não só
profissional, como pessoal. Isso tudo é positivo, na parte da
criação. Conseguimos ter a parte de cada um, juntar no bolo todo,
cozer e a seguir sair os temas dos Nu Soul Family.
Foram dois anos de
preparação do mais recente registo. É o tempo perfeito para fazer
rodar o anterior trabalho e preparar as novas
composições?
Penso que não há tempo que se defina perfeito para isso. É
uma questão das coisas saírem naturais. Quando se lança um primeiro
álbum, que felizmente correu bem, com um single muito forte, e se
pensa em fazer o segundo, acaba-se por ter aquele receio. Temos de
ser fortes, temos de surpreender as pessoas, não desconfiando do
nosso trabalho e do nosso talento.
Após a apresentação do
vosso registo e a promoção e divulgação do trabalho, o passo
seguinte poderá ser a exportação do vosso som?
Sim. Aliás, nunca deixamos de pensar e trabalhar nisso,
apesar de nos termos concentrado mais no nosso país. A nossa ideia
é pensar primeiro e assentar as coisas em Portugal, e, depois, um
mercado mais internacional. Já tivemos a hipótese de estar em
Angola, em Cabo Verde, Ibiza. Todos esses espectáculos que tivemos
lá fora correram lindamente. Neste momento, sabemos que músicas
nossas rodam em Inglaterra, em Espanha, em França. Não falando nos
países africanos: Angola, Cabo Verde, Moçambique, África do Sul.
Mas, fazemos questão de um dia exportar mais Nu Soul
Family.
Ao vivo as vossas músicas
ganham uma segunda vida…
Ganham, porque temos músicos excelentes a tocar connosco.
Apesar de músicos e colegas de trabalho acabamos por criar uma
relação muito pessoal. É isso que os Nu Soul Family têm de
positivo. Aliás, as nossas músicas e o nome dos nossos álbuns
transmitem muito o amor pelas pessoas, a amizade e a
união.
Nas próximas músicas há a
possibilidade de uma das composições ser em português?
No que toca à parte da língua, não cantamos em inglês a
pensar que é mais fácil poder tocar lá fora. Simplesmente, foi a
língua que achámos que soava bem no género de som que fazemos. No
primeiro álbum, temos temas que experimentamos cantar em português
e temas em francês. Não escolhemos nenhuma língua, especificamente.
Temos a maioria dos nossos temas em inglês, mas, fazemos sempre
questão de ter temas em dialectos africanos que são as nossas
raízes. Não digo que não é possível fazermos um tema em português,
com uma participação em português, ou mesmo sermos nós a
cantar.
Este novo trabalho marca
uma segunda etapa na vossa carreira. Em relação a datas já tem
muitas solicitações?
Felizmente, temos tido alguma procura. Estamos a sentir o
respeito das pessoas. O mercado de música prega muitas rasteiras,
ouvimos falar de uma coisa e passar de um tempo ela desaparece. Nós
viemos mesmo para marcar e fazer história em Portugal, com os
nossos temas e o nosso estilo de som. Vamos tocar muito brevemente,
estejam atentos, podem ver a nossa página de facebook. Temos muitas
coisas agendadas para breve, e, já para o ano que vem.