Proteja o seu filho do Bullying
As crianças persistentemente maltratadas e com depressões
durante um período de tempo significativo poderão experienciar
pensamentos suicidas, alerta um livro sobre bullying escrito pelo
pai de uma criança vítima deste tipo de violência.
"Proteja o seu filho do Bullying" é editado pela Porto Editora,
em parceria com a Confederação de Associações de Pais (Confap), e
escrito por Allan L. Beane, pai de uma criança vítima de bullying,
o que contribuiria para o stress pós-traumático de que sofreu.
Este jovem acabaria por se refugiar no consumo de substâncias
tóxicas, levando-o à morte.
"Compreendo a dor que sentem as crianças que são maltratadas e o
sofrimento por que passam os seus pais. Quero acabar com a dor",
escreve Allan L. Beane no livro apresentado em Lisboa pela
presidente da Pro Dignitate - Fundação para os Direitos Humanos,
Maria de Jesus Barroso, que assina o prefácio.
O autor refere que, "quando uma criança é vítima de bullying,
poderá ter medo de ir à escola. Poderá ficar doente no domingo à
noite e enjoado na segunda-feira de manhã, só de pensar em ir para
a escola e enfrentar os bullies [agressores]".
"Cada dia é um campo de minas social, podendo ocorrer vários
acontecimentos desconhecidos e potencialmente perigosos, até que o
dia chegue ao fim", lê-se na obra de 240 páginas.
Allan L. Beane dirige-se aos pais: "O medo, a ansiedade e o
stress poderão levar o seu filho a fingir que está doente, a fugir
da escola ou a faltar às aulas".
Para o escritor, "qualquer conversa sobre suicídio deve ser
levada a sério e merece atenção imediata".
Segundo Allan L. Beane, "o bullying também pode levar uma
criança a aderir a um gangue, uma seita, um grupo intolerante ou a
um grupo de toxicodependentes".
Sublinha ainda que "o bullying é igualmente uma explicação
recorrente para a maioria dos tiroteios nas escolas. Após anos de
maus-tratos, algumas vítimas de bullying percorrem um caminho
bastante triste e perigoso que as faz passar da dor à
vingança".
Entre os vários "sinais de alerta" que revelam que o jovem pode
ser vítima, destacados pelo autor, encontra-se "uma súbita falta de
interesse pelas atividades académicas, as suas notas baixarem,
darem preferência à companhia de adultos, terem pesadelos e
dificuldade em dormir, manifestarem raiva e irritabilidade,
apresentarem lesões físicas inexplicáveis, faltarem às aulas, darem
sinais de depressão ou de ansiedade".
Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico