Escola

Autoridade dos professores de regresso à escola?

O regresso da disciplina às escolas e professores com autoridade e liberdade sobre como ensinar são algumas das propostas de Santana Castilho para um programa de governo do PSD, condensadas num livro prefaciado pelo líder social-democrata.

Pedro Passos Coelho assume que as propostas do professor do ensino superior e articulista em "O Ensino Passado a Limpo" são "orientações e soluções suscetíveis de serem incorporadas num programa de açao governativa".

Santana Castilho não tem dúvidas de que os últimos seis anos de governação socialista foram "os mais negros, os mais manipuladores e os mais mistificadores da democracia portuguesa" com dois responsáveis principais: a ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues e o primeiro-ministro José Sócrates, como afirmou em declarações à agência Lusa.

"Cada vez que se mexia e se instituía uma política, o que se tornava claro era a intenção de maipular, de aldrabar", acusou, referindo os resultados do programa internacional de avaliação PISA.

As suas propostas foram um "serviço cívico" solicitado pelo líder do PSD, sem qualquer perspetiva de cargo político num eventual governo social-democrata.

Entre os pressupostos essenciais defendidos por Santana Castilho para inverter o que considera terem sido seis anos "ruinosos" está o do regresso da "hierarquia" à escola: "é absolutamente necessário devolver aos professores a soberania suficiente para lecionarem de forma célere e expedita".

A "cultura igualitária" nas escolas trouxe "galopante falta de autoridade" aos professores, sendo que "nenhuma aula será produtiva se o aluno tiver tanta autoridade como o professor", defende.

"Estamos a diplomar ignorantes, a gastar milhões sem resultados", disse Santana Castilho, que se insurge contra a "promoção estatística do sucesso", não só ao nível do ensino básico e secundário como a iniciativas como as Novas Oportunidades, que defende deverem ser auditadas.

"Disciplina, rigor e trabalho" devem orientar o estatuto dos alunos, defende Santana Castilho, a par de uma revitalização do desporto escolar e a promoção de centros de juventude com atividades extracurriculares.

Santana Castilho defende que a criação dos programas e currículos deve estar a cargo de um departamento dentro do Ministério da Educação, com programas que deixem de tratar os professores "como se fossem idiotas" , dizendo-lhes como devem ensinar.

Muitas das propostas de Santana Castilho são de simplificação e desburocratização: "definitiva e total autonomia das escolas", a extinção das direções regionais de educação, a redução da legislação vigente "ao essencial" e a abolição "criteriosa" de "processos administrativos aplicados à gestão da educação".

Quanto à avaliação de professores, é "fundamental" acabar com a "nulidade" e o "desastre" do modelo socialista, defende, que ocupa "40 por cento do tempo ativo" dos docentes.

Um modelo de avaliação com "a colaboração estreita dos professores", a "substituição da lógica da imposição pela lógica da aceitação", plurianual e diferenciado para "contextos científicos e pedagógicos diferentes".

Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
 
 
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