CONFAP
Pais reprovam aumento do número de alunos em sala de aula
A
Confederação Nacional de Associações de Pais (CONFAP) acaba de
reprovar a medida do Governo de aumentar o número de alunos por
turma entre o
5.ºe o
12.º anos, dos
atuais 28 para 30 estudantes.
ºe
12º anos de
escolaridade, o aumento do número máximo de estudantes por turma,
dos 28 atuais para os 30 e o número mínimo dos 24 para os
26. º
ano).
Reunida em Assembleia-geral,
realizada em Vila Real, no passado dia 15, a Confap aprovou um
documento que será remetido ao Presidente da República, ao
primeiro-ministro e ministros da Educação e da Solidariedade e
Segurança Social.
No final do encontro, o presidente
da Confederação, Albino Almeida, disse à Agência Lusa que os pais
desaprovam a medida anunciada pelo Governo.
Um despacho governamental publicado
no Portal das Escolas determina, entre os 5
O responsável lamentou a forma como
a alteração foi anunciada e sem as associações de pais terem sido
ouvidas ou envolvidas no processo.
Referiu ainda não entender esta
imposição às escolas, numa altura em que se fala precisamente de
lhes dar mais autonomia.
Por princípio, a CONFAP "não
associa o número de alunos por turma ao sucesso escolar", mas
considera que a "organização das turmas nas escolas é o segredo de
encontrar vias de qualificação do ensino e da aprendizagem".
"Dificilmente os portugueses
entenderão que nas cidades em que temos muitos jovens
multiculturais, com dialetos e linguagens diferentes, seja possível
garantir sucesso educativo com 30 alunos numa turma",
salientou.
A confederação reagiu com
preocupação ao facto de nada se ter dito sobre as turmas com alunos
com necessidades educativas especiais e que, segundo Albino
Almeida, no passado, "levavam à redução de dois alunos por turma e
a um máximo de alunos por turma inferior ao valor até agora
estabelecido".
Outra preocupação dos pais é a
dificuldade de se "encontrar no interior do país 30 alunos para
organizar a oferta do ensino recorrente".
"Na prática isto é impedir muitos
alunos de estudar à noite", frisou Albino Almeida.
Outra alteração anunciada pelo
Governo é a possibilidade dos pais escolherem a escola que os
filhos vão frequentar no ensino pré-escolar e no básico (até ao
9.
O diploma salvaguarda, contudo, que
caso o estabelecimento escolhido não seja na área de residência, as
despesas que essa opção possa significar ficam por conta do
encarregado de educação ou do aluno, desde que a escola da zona
onde reside tenha o percurso formativo desejado.
A CONFAP "lamenta que a liberdade
de escolha da escola dependa da capacidade dos pais para pagarem o
transporte".
Esta semana, em resposta à oposição
sobre a paragem de investimento nas escolas, o ministro Nuno Crato
assegurou que as obras não foram congeladas e que apenas foi
decidida a suspensão parcelar de algumas intervenções este ano
(26), com retoma em 2013, estando em curso a recalendarização de
outras.
A confederação congratulou-se por
esta retoma anunciada dos trabalhos e considerou ainda que é
necessário que o Governo valorize a oferta educativa de desporto
escolar.
Criada há 37 anos, a CONFAP conta
atualmente com 1895 associações de pais de todo o país.