Investigação
Estetoscópio ganha nova vida
Com já quase 200 anos de idade, o
velhinho estetoscópio clínico, talvez o mais reconhecido ícone da
medicina, pode estar prestes a ganhar nova vida com o projeto em
desenvolvimento na Universidade de Aveiro, com o patrocínio da
Fundação para a Ciência e Tecnologia. Trata-se de aplicar
instrumentação eletrónica e técnicas de processamento de sinal para
obter um método de auscultação de sons respiratórios assistido por
computador, com o objetivo de minimizar a subjetividade da
auscultação convencional.
Um microfone inserido num
estetoscópio aparentemente normal permite ligá-lo, através de uma
placa de som, ao computador pessoal do clínico. Assim, enquanto
ausculta pode também gravar os sons pulmonares. O projeto está a
desenvolver um software específico para estes sons serem
processados e interpretados automaticamente, proporcionando ao
profissional de saúde dados claros e objetivos relativos à
avaliação pulmonar dos doentes.
"O projeto, ainda em curso,
procurará, através da análise dos sons pulmonares, excluir ou
identificar uma infeção respiratória e o seu tipo", diz a
investigadora Alda Marques, responsável pelo projeto. O ponto
fulcral desta inovação reside no software em desenvolvimento pelas
investigadoras Alda Marques e Ana Luísa Oliveira, da Escola
Superior de Saúde, e pelo investigador Guilherme Campos, do
Instituto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro.
Com este novo instrumento, que se
prevê que esteja concretizado em 2013, a dificuldade causada pelas
diferentes interpretações dadas por diferentes profissionais de
saúde à auscultação do mesmo doente - devidas às diferentes
capacidades auditivas individuais, variadas formações de base e até
às propriedades acústicas dos vários modelos de estetoscópio -
poderá ser ultrapassada, facilitando a exata identificação do seu
estado de saúde.