Centro de excelência na agricultura criado
Santarém na vanguarda
O protocolo para a constituição do
Centro de Excelência para a Agricultura e a Agroindústria, que vai
funcionar no polo da Fonte Boa do Instituto Nacional de
Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), foi assinado este mês
em Santarém.
Para António Torres, administrador
executivo da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT),
o protocolo vem concretizar o memorando de entendimento assinado em
dezembro último entre as entidades fundadoras - a CIMLT, a Câmara
de Santarém, o INIAV, O Instituto Politécnico de Santarém (através
da Escola Superior Agrária, ESAS/IPS), as Universidades de Lisboa e
de Évora, o Agrocluster do Ribatejo e a Associação Empresarial da
Região de Santarém (Nersant).
O centro tem por objetivo
desenvolver e aprofundar o conhecimento sobre os setores agrícola e
agroindustrial, de forte implantação na região, para apoiar
produtores e empresas a "incorporarem inovação e valor
acrescentado" e a aumentarem a sua competitividade, disse.
As entidades que constituem o
Centro de Excelência para a Agricultura e a Agroindústria (CEAAI)
propõem-se a, num prazo de cinco anos, produzir e transferir
conhecimento para o setor em cinco áreas.
A primeira área elencada é a dos
recursos genéticos animais, visando o melhoramento e conservação
das raças autóctones nacionais, que ficará sob coordenação do INIAV
e da Universidade de Évora, aproveitando as competências e a
experiência da investigação desenvolvida há décadas no polo da
Fonte Boa do INIAV (antiga Estação Zootécnica Nacional),
adiantou.
A equipa que irá trabalhar a área da produção de alimentos, com o
objetivo de valorizar os processos de produção vegetal e animal
(nomeadamente desenvolvendo novos alimentos, promovendo o consumo
de alimentos saudáveis e a proteção ambiental e contribuindo para a
redução da dependência externa), será coordenada pelo INIAV e pela
ESAS/IPS.
A área da tecnologia, qualidade e
segurança alimentar será coordenada pelo INIAV e pela Universidade
de Lisboa (que tem várias unidades orgânicas envolvidas no CEAAI,
como o Instituto Superior de Agronomia, as Faculdades de Ciências e
de Farmácia, o Instituto Superior Técnico).
A Universidade de Lisboa ficará
ainda responsável pela coordenação, com o Agrocluster do Ribatejo,
da equipa que irá trabalhar as questões da eficiência industrial
(incluindo a energética) e, com a Universidade de Évora, da área da
valorização de efluentes, subprodutos e resíduos agroindustriais
(procurando a integração na cadeia de produção).
O CEAAI centrará a sua atuação na
valorização da investigação na área agrícola, pecuária e
agroindustrial, recuperando para o polo da Fonte Boa o papel de
instituição de referência a nível nacional e internacional e
procurando aumentar e diversificar as fontes de financiamento à
atividade científica.
Por outro lado, procurará responder
às "necessidades específicas do tecido empresarial, com foco nas
pequenas e médias empresas" e às necessidades de formação
profissional do setor, promovendo a difusão do conhecimento
científico e técnico.
O funcionamento do centro implicará a realização de investimentos
para melhoria das instalações e dos equipamentos existentes na
Fonte Boa, estando prevista a formação de consórcios para
candidaturas a programas de financiamento, afirmou o responsável da
CIMLT.
O protocolo institui como órgãos de
gestão uma equipa de coordenação composta por quatro membros do
CEAAI - um do INIAV em permanência e três (Nersant, CIMLT e Sistema
Científico Tecnológico Nacional) em mandatos de três anos - e um
conselho geral, que integra todos os parceiros e será presidido
pelo presidente do INIAV.