3º Congresso Literacia Media e Cidadania
Educação para os Média é urgente
O acesso à informação e à literacia mediática
pressupõem uma forte aposta na educação, garantiu o secretário de
Estado adjunto do ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional,
Pedro Lomba, na sessão de abertura do
3.º Congresso
Literacia, Média e Cidadania, que decorreu a 17 e 18 de abril, no
Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa
Aquele membro do Governo destacou
que, ao contrário do passado, em que os jornais formavam a opinião
pública e havia um acesso limitado a uma elite, hoje há uma
proliferação de formas de comunicação, de tipo de média (até mesmo
o conceito de órgão de comunicação social em revisão), que levam a
que haja necessidade de construir uma opinião pública informada.
Pedro Lomba assumiu que "a democratização do digital em todo o
território nacional" é um dos grandes desafios para o país,
defendendo a importância da "aposta na formação e no ensino".
Já Sara Pereira, presidente da
Comissão Científica do Congresso, abordou a função das TIC e dos
média nas vida quotidiana dos cidadãos, justificando o tema do
evento. "As novas tecnologias e os média assumem um papel
fundamental em várias áreas como nos estudos, na interação, no
trabalho e na comunicação. É preciso compreendê-los, bem como as
suas mensagens e a forma como produzimos informação".
Na conferência inaugural, que abordou a "Literacia
para os media e cidadania na era digital", David Buckingham,
professor emérito da Universidade de Loughborough, Reino Unido,
centrou-se na ideia de "crescer" num mundo digital e nas
implicações para a educação e cidadania. Constatou que a tecnologia
acaba por ser um paradoxo, oferecendo maior liberdade, mas também
mais perigos, permitindo-nos ser multitarefa na utilização de
vários dispositivos, mas também menos concentrados numa só tarefa.
Para este investigador, as novas tecnologias criam maior
fragmentação social, maior mobilidade mas também maior
individualização. Tornam a transição de jovem para adulto mais
difícil, assim como a definição da identidade de cada um, no qual
as redes sociais desempenham um papel importante.
O secretário de Estado do Ensino
Básico e Secundário, Fernando Egídio Reis, destacou, na sessão de
encerramento, defendeu a importância de atividades que contribuam
para fomentar a literacia para os média e o espírito crítico,
enquanto contributo para a cidadania. Salientou ainda o papel das
escolas na formação de pessoas responsáveis, autónomas e solidárias
para a sociedade.
O congresso contou com mais de 70
intervenções entre sessões plenárias, mesas redondas e comunicações
livres assistidas por mais de 250 participantes vindos do País e do
estrangeiro, principalmente do Brasil. Foi organizado pela Entidade
Reguladora para a Comunicação Social, em colaboração com a Comissão
Nacional da UNESCO, o Conselho Nacional de Educação, a
Direção-Geral da Educação, a Fundação para a Ciência e a
Tecnologia, o Gabinete para os Meios de Comunicação Social, a Rádio
e Televisão de Portugal, a Rede de Bibliotecas Escolares e a
Universidade do Minho.