Impacto dos Politécnicos em Portugal
Cávado e Ave vezes cinco
O Instituto Politécnico do Cávado e
do Ave (IPCA) é o que apresenta melhores resultados no retorno do
investimento público, pois multiplica por cinco cada euro investido
pelo Estado, revela o estudo denominado "O impacto económico dos
institutos superiores politécnicos em Portugal", apresentado no
início deste mês pelo Conselho Coordenador dos Institutos
Superiores Politécnicos (CCISP), o qual analisa os impactos diretos
e indiretos da presença de 12 institutos nas regiões onde se
inserem.
O impacto económico gerado pela
localização do IPCA na região é superior a 30 milhões de euros, o
que corresponde a um peso de 2,02% no PIB de Barcelos. Este impacto
económico está associado à criação de 1020 empregos, que
representam 1,77% da população ativa no concelho em que o IPCA se
localiza.
O estudo pretende medir o impacto
económico de um conjunto de Institutos Politécnicos, situados em
diferentes regiões do país, com contextos socioeconómicos diversos
e distinta capacidade de atracão de estudantes. Desta forma, este
estudo procura contribuir, ainda que de forma modesta, para
melhorar a compreensão sobre o impacto económico das Instituições
de Ensino Superior (IES).
Para Maria José Fernandes,
presidente do IPCA, "estes são resultados de que nos podemos
orgulhar; o IPCA é a instituição politécnica com maior retorno do
investimento público". Lamenta, porém, que o retorno seja
determinado pelo reduzido financiamento do Orçamento de Estado,
comparado com outras Instituições de Ensino Superior, pois "o IPCA
tem hoje mais de 4.500 estudantes, recebendo do Estado menos de
1400 euros por estudante, um valor inferior a 50% da média
nacional. Apesar do impacto positivo em termos do retorno do
investimento público esta situação tornar-se-á insustentável a
médio e longo prazo, sendo que também sairá prejudicada a região. O
IPCA precisa de mais investimento público para melhor servir os
estudantes, as empresas e a sociedade em geral".