Entrevista
Êxitos dos anos 80 ganham asas com os Corvos
Os Corvos convidaram algumas das
principais figuras da música portuguesa para um disco de tributo ao
pop-rock nacional. Juntos, recriaram êxitos dos anos 80 de Xutos
& Pontapés, UHF, Sétima Legião, Delfins e Peste & Sida,
entre outras bandas de sucesso. Em entrevista, o grupo de cordas
conta como tudo aconteceu.
O disco «Corvos
Convidam» é dedicado aos clássicos do pop-rock português e conta a
participação de várias estrelas da música portuguesa. Como surgiu
essa ideia?
Todos crescemos a ouvir estas
músicas, mesmo pessoas, como nós, que têm uma formação musical
clássica. Esta é a nossa homenagem à música portuguesa. Quando a
ideia surgiu foi prontamente aceite pelos nossos convidados. Foi
uma boa experiência e a reação das pessoas tem sido
fenomenal.
A lista de temas
incluídos no álbum foi a prevista inicialmente?
Como calcula, há imensos
temas que ficaram por interpretar. Mas esta foi a nossa escolha,
contactámos os autores e cantores, que aceitaram logo o
desafio.
Há, portanto,
material para fazer o volume 2, o volume 3…
O volume 4, o volume 5...
(risos) Tivemos que escolher um número limitado de canções a
gravar. Para nós, foi uma honra poder trabalhar com estes autores e
cantores fantásticos.
Acredito que seja
interessante fazer uma releitura de clássicos da música portuguesa.
Canções dos UHF, Xutos & Pontapés, Peste & Sida, Trovante,
Jáfu'mega ou Delfins são revisitadas neste
disco.
Foi um desafio, mas
transportar originais para o nosso universo é algo que já fazemos
há algum tempo. Já temos 16 anos de banda e este álbum é também uma
comemoração da nossa longevidade. Somos uma banda instrumental e
este é o primeiro disco em que colocamos vozes. Além dessas e
outras bandas, contou com a consultoria do Maestro Rui
Massena.
Entre os temas deste
disco houve algum que foi mais desafiante?
Foram todos complexos e todos
fáceis. Os arranjos são compostos e depois testados. É nesses
ensaios que as coisas vão sendo construídas, pouco a pouco. Até
chegarmos às versões finais.
Acredito
que o processo criativo tenha demorado alguns
meses?
Nós até somos mais ou menos
rápidos a fazer os arranjos. Mas depois há que conjugar muitos
outros aspetos para que os temas sejam reconhecidos pelas pessoas,
embora tocados com os nossos instrumentos.
Os temas de
apresentação deste disco são «Memórias de um Beijo», com Luís
Represas, e «Remar Remar» com Tim. Que reações têm
tido?
As pessoas têm dito que
gostam muito. Temos bastantes fãs que aguardavam um novo álbum dos
Corvos. Felizmente foi possível editar agora.
A edição por uma
multinacional poderá dar uma nova vida aos
Corvos?
Acredito que possa dar a
conhecer a nossa música a mais pessoas. Ao mesmo tempo, mostrar a
quem nos conhece que nós ainda estamos cá, cheios de
energia.
Qual é o alinhamento
dos concertos?
O alinhamento concilia
músicas que estão neste CD com músicas originais, que é outra
vertente da banda. Tentamos fazer um casamento entre as versões de
temas muito conhecidos e a música que nós próprios
compomos.
Ao vivo há sempre
momentos de improviso para surpreender as
pessoas?
Há sempre. Faz parte da nossa
irreverência. O público faz com que fiquemos entusiasmados e com
vontade de fazer coisas diferentes.
Entrevista: Hugo Rafael (Rádio Condestável) Texto: Tiago Carvalho
Arlindo Camacho