Quatro Rodas
Uma questão de liderança
Em qualquer manual de
liderança, podemos constatar que uma das fórmulas para que um líder
se possa impor como tal, é a sua capacidade para conseguir
diferenciar os seus liderados e estabelecer estratégias de actuação
adequadas a cada um dos segmentos que conseguiu identificar.
O sucesso do líder será tanto maior
quanto a sua capacidade para segmentar bem o seu grupo e
implementar estratégias correctas em cada segmento que conseguiu
identificar. Uma atitude adequada do líder, consegue manter cada
segmento devidamente motivado e assim tirar o máximo partido das
suas capacidades.
Em oposição aos líderes, temos os
chefes que nunca chegarão a líderes porque lhe falta audácia. Nunca
arriscam nos segmentos com mais capacidade por medo de que o seu
crescimento na organização lhes retire protagonismo, optando por
tratar todos da mesma forma. Não sendo naturalmente reconhecidos
pelos liderados, correm no entanto o risco de caírem numa qualquer
"revolução".
Mas então, qual o porquê de tanta
prosápia sobre estratégia de liderança?
Efectivamente estes conceitos
aplicam-se em organizações empresariais, no futebol, no ensino, em
grupos de voluntários e especialmente na política.
Ocorreu-me, no entanto, a associação
destes conceitos ao mundo automóvel quando, durante uma viagem
recente pela Europa, me deparei com o sinal de trânsito que motiva
esta crónica.
Claro que nem todos os agentes, que
utilizam nossa rede viária têm as mesmas capacidades e, talvez uns
pudessem circular com uma velocidade superior à de outros. Talvez
uns nem devessem conduzir de noite. Alguns não necessitariam mesmo
de circular a determinadas velocidades, enquanto para algumas
empresas (logo para o País) poder circular a 130 Km/h pudesse
representar ganhos importantes. Haveria pois muito trabalho para
segmentar todos os utilizadores das vias públicas e legislar de
acordo com as suas capacidades. Seria uma tarefa, de todo em todo,
impossível nos nossos dias.
Mas, se não começamos a dar pequenos
passos nunca lá chegaremos. Este exemplo de limite de velocidade
diferenciado, de acordo com a meteorologia é sem dúvida um
excelente primeiro passo. Todos concordarão que andar a 120 km/h
nas nossas auto-estradas, em piso seco e com um carro fabricado nos
últimos 8 anos é quase sempre motivo de monotonia. Concordarão
também que o risco aumenta e muito, quando chove e certamente não é
desadequado limitar a circulação a 110 Km/h.
Aqui fica pois a sugestão para que
comecemos a implementar, sem medo, ideias novas que permitam
"acelerar o País" quando for possível e limitar quando for
adequado.
Vamos liderar, também aqui.