Nuno Crato quer racionalizar rede em prol da qualidade
O
ministro da Educação, Nuno Crato, defendeu que o "incremento" da
qualidade da formação superior em Portugal envolve a
"racionalização" da rede de instituições e da sua oferta formativa,
para "otimizar" os recursos disponíveis.
"O incremento da qualidade da formação envolve também a
racionalização da rede de instituições do ensino superior, no seu
conjunto, e da sua oferta formativa, também no seu conjunto, com
vista a otimizar o uso de recursos disponíveis", disse Nuno
Crato.
O ministro falava na abertura do seminário "Impacto das
Instituições de Ensino Superior Politécnico nas Cidades de Média
Dimensão", que decorreu no dia 11 de janeiro, no Instituto
Politécnico de Beja.
"A rede de instituições e formações de ensino superior em
Portugal apresenta-se heterogénea e desequilibrada, coexistindo
situações de elevadíssima qualidade com alguns casos
problemáticos", disse o ministro.
Segundo Nuno Crato, trata-se de "um debate" que o Governo
PSD/CDS-PP irá promover durante "todo este ano", "valorizando a
iniciativa das instituições e com o objetivo último de melhorar a
qualidade do sistema de ensino em Portugal e, com isso, valorizar a
juventude e o país".
"Quando falamos em valorizar a juventude e o país, falamos de
uma qualificação real por oposição a uma pura qualificação
estatística", explicou, referindo que o debate "atende às
especificidades do panorama nacional, mas que tem como horizonte as
melhores práticas internacionais".
No ano letivo 2010/2011, o ensino politécnico, público e
privado, "representava a escolha de cerca de 36 por cento" dos
estudantes do ensino superior em Portugal, revelou Nuno
Crato.
"Pela natureza das suas ofertas formativas e pela sua
proximidade ao tecido empresarial, local e regional, os institutos
e as escolas politécnicos têm um inegável potencial de
desenvolvimento do capital humano e económico", sublinhou.
Segundo o ministro, o ensino politécnico "tem sido pioneiro
na ligação entre o ensino superior e as empresas" e, por isso,
"importa continuar a apostar" naquela ligação, "estimulando o
empreendedorismo e a formação de quadros".
"É fundamental o reconhecimento e a valorização pública das
valências e da qualidade do ensino politécnico, evitando derivas na
fixação da sua missão e da sua identidade", defendeu, frisando que
a "valorização" advém "necessariamente" de "uma aposta clara na
qualidade e na especificidade da formação".
Texto escrito segundo o novo acordo ortográfico