Investigação revela
Professores e alunos rejeitam telemóvel para aprendizagem
A maioria dos professores e alunos do 9º
e 12º anos de escolaridade do concelho de Castelo Branco não estão
receptivos à utilização do telemóvel em contexto educativo ou como
instrumento de ensino/aprendizagem.
Aquela é uma das principais conclusões
de um estudo desenvolvido pelo diretor do Ensino Magazine e
jornalista do Reconquista, João Carrega, no âmbito da sua
dissertação de mestrado em Comunicação Educacional
Multimédia.
O estudo envolveu uma amostra de 97
docentes e 204 alunos de duas escolas EB 2/3 e Secundárias do
Concelho de Castelo Branco.
João Carrega explica que "a maioria dos
professores inquiridos não vê o telemóvel como um aliado no
contexto educativo, nem tão pouco reconhece vantagens pedagógicas
na sua utilização".
Por sua vez, a maioria dos alunos que
responderam ao questionário "diz não conseguir apresentar uma
situação em que os professores os pudessem ensinar melhor através
do telemóvel".
O autor do estudo adianta que "uma
percentagem significativa dos docentes não reconhece vantagens
pedagógicas na sua utilização".
O estudo demonstra que tanto os alunos
como os professores têm, na sua maioria, o telemóvel ligado dentro
da escola, mesmo sabendo que não o podem fazer.
João Carrega explica que "dentro da sala
de aula os alunos utilizam-no para receber e enviar SMS's
(mensagens escritas através do telemóvel), enquanto a maioria dos
professores o utilizam para ver as horas".
O envio de SMS's é uma tarefa marcante
nos estudantes inquiridos. Aquele responsável explica que nos
diferentes contextos, os jovens enviam, por semana, 300 mensagens
escritas por telemóvel. "Já no que respeita ao contexto escolar, as
mensagens também são o meio escolhido para os jovens tirarem
dúvidas com os colegas", diz João Carrega.
A investigação que deu origem à
dissertação de mestrado (aprovada com a nota Muito Bom, na
Universidade Aberta, em Lisboa, por um júri que teve como arguente
o docente José Lagarto, da Universidade Católica) revela também que
"a maioria dos alunos do 9º e 12º anos inquiridos afirma nunca ter
copiado nos testes através do telemóvel. Mas uma maioria ainda mais
significativa (81,5% no 9º ano e 90,1% no 12º) refere conhecer
colegas que o fizeram".
Um dos aspectos curiosos que resultam da
análise dos dados recolhidos juntos dos estudantes, é que "a
maioria dos alunos dos alunos do 9º ano (65,2%) diz que a
utilização do telemóvel dentro da sala de aula deveria ser
permitida, enquanto que, em sentido contrário, 67% dos alunos do
12º ano diz que essa utilização não deveria ser
possível".
Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico