Motor

quatro rodas
Build Your Dream

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Parece mas não é. Pelo título, esta crónica poderá parecer mais uma crítica cinematográfica em vez de um texto destinado à secção "Motor " do Ensino Magazine.

Até percebermos do que realmente se trata, frases como "...empresta-me o teu Build Your Dream…" ou "… na viagem ultrapassei um Build Your Dream…" parecem não ter sentido, por isso vamos tentar explicar o que é o Build Your Dream, que a partir de agora passaremos a chamar BYD para simplificar.

Estava tranquilamente passeando por uma capital da Europeia, quando estacionou mesmo à minha frente um automóvel com um perfil muito banal, bastante parecido com os que são fabricados no Japão. Houve no entanto dois pormenores que me despertaram alguma curiosidade. Em primeiro lugar as letras BYD bem no meio da grelha, coisa que até esse dia nunca tinha visto em qualquer carro, mas mais intrigante eram os caracteres em mandarim rebitados na porta da mala do veículo.

Como ando sempre à procura de temas novos para esta coluna, decidi furtivamente tirar algumas fotos deste estranho exemplar, na esperança de poder ser o mote para mais uma história.

Necessitava no entanto de mais alguma informação. Esperei alguns segundos e com algum atrevimento fiz algumas perguntas ao condutor do veículo. Simpaticamente fui informado que se tratava de um novo modelo automóvel chinês que estava a ser preparado para atacar o mercado europeu. Este importador só tinha recebido quatro protótipos, que foram provisoriamente licenciados para circular em fase de testes. Soube ainda que se trata de um híbrido com um conceito um pouco diferente pois possui três motores. Dois motores eléctricos e um de combustão com três cilindros.

Feito o trabalho de rua, restava-me voltar para casa fazer alguma investigação para certificar as informações recolhidas. Assim pude constatar que o BYD facilmente se pode encontrar na Internet e aparentemente já se pode adquirir quer na Europa quer nos Estados Unidos. O veículo tem um sistema de funcionamento um pouco complicado que alterna entre os três motores, dependendo a sua utilização da velocidade, da força necessária para ultrapassar obstáculos, e mesmo do consumo. Tudo isto com o objectivo de alcançar a maior autonomia possível, que pode chegar aos 300 quilómetros.

Ao que apurei a empresa Hipogest prepara-se para em 2012 comercializar um destes modelos em Portugal. Tal como nos anos 70 em que através da Salvador Caetano a "Toyota veio para ficar", chega agora a vez do BYD, para que definitivamente fiquemos com os "olhos em bico".

Paulo Almeida
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