Pagamento coercivo
Coimbra contra cobrança
A Associação Académica de Coimbra
(AAC) repudiou a cobrança coerciva de propinas, anunciada pela
Autoridade Tributária e Aduaneira, considerando que o Estado não
tem "autoridade moral" para agir dessa forma, sobre quem tem menos
recursos.
Em comunicado, a direção da AAC,
liderada por Ricardo Morgado, refere que a decisão da autoridade
fiscal merece "o total repúdio".
"Numa altura em que as dificuldades
financeiras dos alunos e das suas famílias se tornam cada vez
maiores, torna-se incompreensível este tipo de ações por parte das
autoridades nacionais, e reforça-se a incompreensão dos estudantes
pelas medidas tomadas", lê-se no documento.
A maior estrutura académica do país
considera que "o Estado português não tem autoridade moral para
agir de forma coerciva sobre aqueles que têm menores recursos,
principalmente quando é o primeiro a falhar e a
desresponsabilizar-se das suas funções constitucionalmente
previstas".
"Se um estudante não cumpre no
pagamento da sua propina ou abandona a sua instituição por carência
financeira, vai o Estado agir sobre alguém que não tem condições,
por falta de resposta do próprio Estado para aceder a um direito
básico como a educação? Ou vai atuar sobre o seu agregado que não
tem também condições para custear a sua frequência?", questionou a
AAC.