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Presidente do IPCB questiona: “Em que estudos se baseia o senhor ministro?”

P1015668 copy.jpgO presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco considera que o Ministro da Educação fez "declarações bastante infelizes que exigem um esclarecimento inequívoco ou um pedido de desculpas às instituições de ensino superior politécnico". Carlos Maia reagia assim às declarações de Nuno Crato, onde o governante referiu ter "dúvidas sobre a preparação à saída do curso, sobretudo se as licenciaturas não forem universitárias.

O ministro revelou, então, que "as dúvidas são sobre a formação obtida nas Escolas Superiores de Educação".

Para o presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, "o ministro ao dizer que não confia nos licenciados pelas Escolas Superiores de Educação, está a dizer que essas instituições não são confiáveis na missão para as quais foram criadas".

Carlos Maia acrescenta que o "senhor ministro tem que dizer quais são os estudos que tem em sua posse que lhe permitem dizer isso. Se não o fizer, somos obrigados a aceitar que há aqui um preconceito em relação ao ensino superior politécnico, o que não é admissível".

O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco destaca a qualidade da Escola Superior de Educação de Castelo Branco e dos cursos que ministra, e lembra que "não há nenhum curso, nem nessa escola nem noutra, que não tenha passado positivamente pelo crivo da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. Não há nenhum curso no ensino superior politécnico que não tenha passado por esse crivo e que esteja a funcionar sem ter sido acreditado".

Aquele responsável recorda que a "Escola Superior de Educação de Castelo Branco tem mais de 30 anos, foi uma das unidades orgânicas que deram origem ao Politécnico. Tem formado inúmeros professores, colocados em várias escolas do país. E a melhor forma de aferir essa qualidade são os resultados dos nossos alunos, os quais têm demonstrado grandes progressos, sobretudo na última década. E o relatório PISA - da OCDE demonstra que os nossos alunos têm progredido em áreas essenciais como a matemática, as ciências e a leitura".

Carlos Maia vai mais longe nas críticas à tutela: "Se aquelas afirmações do senhor ministro dizem que os licenciados pelas escolas superiores de educação não têm competências científicas, está a descredibilizar o trabalho que tem vindo a ser feito pela Agência, cujo objetivo é manter a qualidade do ensino superior em Portugal. Se assim é, a Agência tem que ser demitida, pois não está a fazer o seu trabalho corretamente. Esta posição tem que ser clarificada rapidamente, pois não é admissível que se façam declarações daquela natureza sem ser apresentado um estudo que as sustente".

O presidente do IPCB recorda que as "escolas superiores de educação existem há cerca de 30 anos, têm formado professores em diferentes áreas. Os relatórios a que temos acesso sobre o ensino português têm apresentado melhorias, o que significa que não está em causa a competência das pessoas. Há toda uma identidade, um percurso histórico e dados evidentes, como acontece com o Relatório PISA. Todos esses dados contrariam as afirmações do senhor ministro. Acredito que tenham sido proferidas num momento de tensão, mas os momentos de tensão e de dificuldade, não nos podem tirar a lucidez, muito menos a quem tem a competência de dirigir, seja a quem for".

Carlos Maia considera que esta situação "é uma menorização do ensino superior politécnico, que não é admissível. Numa altura em que se fala a reorganização da rede de ensino superior, e em que se percebe que o objetivo é o sistema binário, não é admissível que haja qualquer tipo de preconceito em relação a qualquer um dos dois subsistemas".

 
 
 
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