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Valter Lemos acusa ministro de ter proferido palavras malévolas

valter (1).JPGO ex-secretário de Estado da Educação, Valter Lemos acusa o ministro da Educação, Nuno Crato, de ter proferido declarações malévolas, acerca das Escolas Superiores de Educação."Numa versão benévola diria que foram infelizes, mas acredito que elas foram malévolas, pois têm a intenção de tentar criar condições para continuar o processo de degradação do ensino superior politécnico que este Governo tem levado a cabo e tem estado a intensificar".

Aquele responsável explica que "este é mais um episódio que parece planeado. E revela que este ministro é capaz de utilizar estratégias indignas de um governante para levar a cabo um processo de destruição. E neste momento já estamos naquela fase em que não se está a destruir apenas o que foi feito pelos governos de José Sócrates, mas sim toda a estrutura do sistema educativo".

Valter Lemos diz que "nestes 35 anos de trabalho não me lembro de tal acontecer. Havia um acordo social que atravessou todo o nosso período democrático no que respeita à educação. O qual deu frutos e desse acordo faz parte o ensino superior. A construção do ensino em Portugal foi feita por todos os governos, mas agora está em curso uma tentativa de destruição desse acordo, de uma forma bárbara. E este episódio é típico disso".

O docente acrescenta: "um governante não pode, de maneira nenhuma, fazer afirmações sem estarem assentes em dados muito seguros. O facto de o ter feito é muito grave. Mas o facto de depois vir dizer que não disse o que disse, retira imensa confiança ao ministro. Nuno Crato sempre foi considerado como um académico ou científico. Mas há uma coisa que um académico ou um científico não faz, que é agir com base no preconceito".

Valter Lemos lembra que as ESE's "ajudaram construir o ensino básico em Portugal, prolongado, sólido e inclusivo, com os jovens a aprenderem muito mais. É isso que os dados nos demonstram". O ex-secretário de Estado dá o exemplo dos "alunos de 15 anos que agora obtiveram os melhores resultados de sempre de Portugal no estudo do PISA tiveram professores formados nas ESE's. Por isso, o ministro quando profere aquelas declarações denota uma enorme ignorância. Há muitos anos que as universidades deixaram de formar professores para o ensino básico".

 
 
 
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