Pela objetiva de J. Vasco
Bancos Bons
Há bancos bons e também eles estão cartelizados. O
cartel de que falamos são os bons bancos de jardim que se espalham
por todo o país e com práticas tacitamente combinadas. Sempre
abertos no tempo e a qualquer um, lá se conversa, dorme-se, faz-se
amor, contempla-se e pais e avós vigiam a curta distância os seus
meninos e meninas.
A crise atual ampliou a utilização
destes bancos, é para lá que são atirados idosos de baixas
reformas, desempregados de longa duração que se encontram para
momentos de conversa, mas também, como neste caso, é lá que se
senta a solidão, o desespero, as doenças mentais. Estes bancos
também ficam no caminho, servem para parar, recuperar e recomeçar o
andamento em direção ao destino. Esperemos que Portugal esteja
sentado num banco de jardim a recuperar forças para, em breve, se
levantar e voltar a um rumo em que os portugueses se revejam. Bom
ano 2014, embora já todos saibamos que não vai ser assim…