Três novas moléculas para a deteção do cancro
Coimbra descobre
O Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à
Saúde, da Universidade de Coimbra, depois da aprovação do Infarmed,
está já a produzir três novas moléculas para a deteção de diversos
tipos de cancro.
A produção insere-se na estratégia
do Instituto de disponibilizar moléculas que, até aqui, eram de
difícil acesso pelos hospitais portugueses. A Fluorocolina é
essencial para a deteção do cancro da próstata, o tipo de cancro
mais comum nos homens em Portugal, e a NaF é utilizada para a
deteção de metástases ósseas provocadas por vários tipos de cancro,
como por exemplo, os cancros do pulmão, da mama e da próstata.
"Por um lado, é de esperar uma
redução bastante significativa de custos porque, até agora, estes
dois radiofármacos eram importados de Espanha. Por outro, aumentará
a acessibilidade aos exames PET (Tomografia por Emissão de
Positrões) baseados nestas moléculas", explicam os investigadores
Antero Abrunhosa e Francisco Alves.
Já a DOTA-NOC é uma molécula recente
utilizada no diagnóstico de tumores neuroendócrinos, tumores raros
relacionados com as células neuronais (do sistema nervoso), que
podem surgir em diferentes partes do organismo e cuja deteção é
muito difícil com as técnicas convencionais.
Até agora, para recorrer à sua
utilização, as Unidades de Saúde nacionais que possuem a tecnologia
PET precisavam adquirir um sistema gerador com custos de
investimento muito elevados. O trabalho de investigação da equipa
do ICNAS - premiado internacionalmente - resultou na síntese da
molécula com características de qualidade farmacêutica que permitem
a sua disponibilização à medida das necessidades.