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Muitos pais desconhecem que podem inscrever os filhos com autismo nos centros de empregos, outros nem sequer equacionam que possam ter trabalho, situações que levaram uma associação a lançar um guia para ajudar estes jovens a procurar emprego.

O livro "Emprego e Autismo - guia para uma realidade possível" pretende esclarecer os pais que não sabem o que fazer quando o filho deixa a escola, mas também ser um meio de apoio e orientação na construção de um projeto de vida ativa socioprofissional de pessoas com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA).

"Queremos que os nossos filhos sejam olhados como pessoas e o emprego é fundamental, porque nos transforma, nos melhora e nos abre caminho", disse  Sara Martins, da Dar Resposta.

Mas o emprego acaba por ser "a fase mais visível da exclusão, da segregação e da discriminação" a que estes jovens e adultos "estão mais sujeitos", lamentou.

Sara Martins contou que há pais que "nem sequer ponderam que o seu filho possa ter um emprego". "Em altura alguma os culpo, porque essas famílias não têm apoio e precisavam de ter".

Perante estas situações, "chegámos à conclusão que tínhamos de fazer um trabalho dirigido às famílias", mas também aos jovens e adultos com PEA, professores, técnicos e empresários.

"O que acontece no nosso país em relação às perturbações de desenvolvimento, nomeadamente do espetro de autismo, é um assunto muito tabu, encarado sempre como uma grande catástrofe que acontece nas nossas vidas e não deixa de ser realmente uma surpresa contra à qual os pais não estão preparados", adiantou.

O trabalho da associação passa por sensibilizar os pais para a importância de criarem um projeto de vida para os filhos.

 
 
 
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