Macau: deputado defende mais língua portuguesa
O deputado à Assembleia Legislativa Lau Veng Seng de Macau
defendeu a valorização da língua e cultura portuguesas em Macau,
considerando a comunidade portuguesa ou de raiz portuguesa de
"componente muito importante no desenvolvimento do território".
"Macau e Portugal têm sempre mantido uma relação muito estreita.
Atualmente, a língua portuguesa é falada por cerca de 250 milhões
de pessoas, e os portugueses e macaenses que vivem em Macau
continuam a ser uma componente muito importante para o
desenvolvimento do território", disse no plenário, na primeira
reunião de 2015.
Para o deputado "há que dar importância e valorizar a
continuidade da difusão das características culturais e costumes
tradicionais de Portugal em Macau, desenvolver as suas vantagens e
condições, colaborar com o governo central (da China) na criação de
uma importante plataforma para a cooperação económica entre Macau e
a Ásia, pois a língua portuguesa é muito importante, ao nível da
cultura, da economia, da ciência e tecnologia".
Por outro lado, o estreitamento dos laços de cooperação entre
Macau e Portugal permite "reforçar a formação de talentos bilingues
nas línguas chinesa e portuguesa, e elevar o domínio da língua
portuguesa dos residentes".
O deputado reconheceu o esforço da Administração na promoção da
língua portuguesa, mas vincou que esta é menos utilizada hoje,
passados 15 anos da transferência de poderes, razão pela qual "há
margem para melhoria".
Lau Veng Seng quer, por um lado, os serviços a estimularem a
difusão do português e a sua utilização e, por outro, um maior
empenho na área do ensino para a aprendizagem da língua
portuguesa.
Noutra das intervenções, os deputados Kou Hoi In e Chenag Chi
Keong defenderam uma reflexão sobre a importação de trabalhadores
do exterior, sublinhando que o desenvolvimento da economia também
depende das Pequenas e Médias Empresas que estão sem
trabalhadores.
Para os deputados, as Pequenas e Médias Empresas desempenham um
papel "importante" na diversificação da economia de Macau, mas
enfrentam "limitações" principalmente pela falta de mão-de-obra
local.
Salientando que os responsáveis das Pequenas e Médias Empresa
"há muito tempo" que falam do problema, os deputados reconhecem,
contudo, que a questão não é pacífica na sociedade local até porque
há quem defenda que os ?estrangeiros' retiram oportunidades aos
locais, mas lembram que o assunto tem de ser visto de forma
"realista" pois sem mão-de-obra não há desenvolvimento sustentável
da economia.
Nesse sentido, os deputados apelam a uma reflexão dos vários
setores da sociedade e esperam das autoridades uma "atitude de
maior abertura e uma visão prospetiva no respeitante à apreciação e
autorização da importação de trabalhadores".
Entre as intervenções apresentadas, os deputados abordaram temas
tão variados como a habitação, trânsito e transportes públicos,
saúde, comércio tradicional, importação de trabalhadores e pressão
no mercado da habitação e diversificação económica.