Politécnico

Presidente do Conselho Nacional de Educação
As cinco questões de David Justino

IMG_9293.JPGO presidente do Conselho Nacional de Educação, David Justino, marcou presença no dia do IPP, apresentando um conjunto de reflexões importante sobre o ensino superior, e acerca das quais apresentou três cenários.

As questões do antigo ministro da Educação referem-se à sustentabilidade da estrutura de oferta perante a atual situação; ao financiamento aplicado às instituições (saber se tem retorno social, ou seja se o que se gasta não é despesa, mas sim investimento); saber se existe massa crítica em quantidade e qualidade para assegurar todos estes cursos; saber se a dispersão de financiamento público é facilitadora de desenvolvimento de clusters e competitividade à escala nacional e internacional; e se o Estado deve continuar a financiar cursos sem empregabilidade (o que não deve ser um fator único)".

David Justino apresenta, em resposta àquelas questões por si levantadas, três cenários: "o primeiro é manter tudo na mesma. E este é o mais provável, isto por falta de iniciativa das instituições - que para algumas será mais vantajos, ou por falta de coragem política". Sobre este cenário, David Justino acrescentaria que "a probabilidade de continuar a ouvir reitores, presidentes de politécnicos, o Ccisp e o Crup a afirmar que não há dinheiro é grande".

Como segundo cenário, David Justino fala da "racionalização administrativa. Vem a ordem de cima e diz-se o que fechar". Facto no seu entender é o cenário mais perigoso, e que pode ser irracional. "É uma medida que normalmente os governos adotam no primeiro ou segundo anos de mandato. Mas antes de se chegar a este cenário é importante que as instituições preparem uma resposta e a apresentem. Pior que esta situação é o que tem sido feito com cortes por igual a todas as instituições". O terceiro cenário e aquele que diz defender "passa pela especialização competitiva. Face à diversidade e perfis de oferta, era bom que as instituições tivessem a coragem de encerrar alguns cursos, desde que isso significasse investir onde eram mais competitivos. Esta oferta de especialização competitiva, tem o pormenor de algumas instituições terem que manter a formação generalista. Mas tudo isto tem custos que devem ser suportados a partir de cima". David Justino abordaria ainda o papel importante que as instituições de ensino superior tiveram no interior do país. "Sem ensino superior essas regiões estavam mais desertificadas", disse, enquanto defendeu "medidas de discriminação positiva, nomeadamente nos modelos de financiamento, os quais deveriam favorecer a especialização competitiva".

 
 
 
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