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Universidade da Beira Interior
Estrangeiros animam curso de Engenharia Civil

UBI1,.jpgA turma do primeiro ano de Engenharia Civil da Universidade da Beira Interior conta este ano com nove estrangeiros entre 11 alunos, que ajudam assim a colmatar parte do problema do pouco interesse que estas áreas têm tido a nível nacional. Além dos dois portugueses, há estudantes provenientes da Síria, Brasil e Cabo Verde.

Apesar dos problemas no recrutamento de estudantes atingir todas as instituições, quem escolhe esta área fá-lo por vocação e sabe que a formação continua a garantir emprego.

 A "fuga" a estes cursos e, neste particular, a Engenharia Civil, tem causas que o setor da educação discute há vários anos. Desde a pouca apetência pelas disciplinas das ciências exactas - matemática, física ou química - e a ideia de que a crise parou o setor da construção. Em parte é isto que se verifica, nomeadamente no que diz respeito à edificação de habitações.

"Entre 1991 e 2011, de acordo com os Censos, construíram-se 80 mil alojamentos por ano, o equivalente a duas cidades da Covilhã", lembra João Lanzinha, vice-presidente da Faculdade de Engenharia da UBI (FE-UBI). Mas se não vale a pena apostar para já nesta vertente, há muitas outras onde os engenheiros civis são necessários.

"Algumas empresas portuguesas, as maiores, definiram estratégias de internacionalização, outras adaptaram-se e apostaram na reabilitação", segundo João Lanzinha, que defende esta última opção porque pode contribuir para o crescimento económico. "O investimento público induz o investimento privado", salienta o também docente de Engenharia Civil: "A Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) do Porto investiu 70 milhões de euros e isso resultou num investimento global de 800 milhões".

Mas há mais do que a reabilitação urbana. "Continuamos a construir hotéis, pavilhões industriais e depois, no âmbito do Horizonte 2020 e do aproveitamento dos fundos comunitários que vão continuar a chegar, não há uma aposta na construção de rodovia, mas há na ferrovia, portos e nesse tipo de infraestrutura. Além disso, há muito investimento para a eficiência energética, para a mudança no paradigma de consumo e adaptação aos efeitos das alterações climáticas. Os fundos estão aí, agora é preciso apostar na sua utilização adequadamente", explica João Lanzinha, convicto de o setor continuará a empregar profissionais: "Nós vamos continuar a precisar de pessoas e não podemos deixar de as formar", conclui.

Rodolfo Pinto Sousa
 
 
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