Academias gerem 2,3 milhões no agroalimentar
A Universidade de Coimbra
está a coordenar a rede de competências Cultivar, que vai gerir 2,3
milhões de euros para o setor agroalimentar na região centro do
país. A rede tem como parceiros o Centro de Apoio Tecnológico ao
Agro Alimentar de Castelo Branco, o Instituto Politécnico
albicastrense (IPCB) e o Instituto Pedro Nunes (IPN).
Esta rede pretende, segundo foi
explicado pela universidade, em nota que nos foi enviada,
"responder aos desafios que as fileiras do setor agroalimentar da
região Centro enfrentam, através de uma estratégia de
desenvolvimento territorial alicerçada na caracterização,
conservação e valorização dos recursos genéticos endógenos".
A rede de competências Cultivar foi
apresentada, no último mês, no Centro de Empresas Inovadoras de
Castelo Branco (CEi), no âmbito do congresso Inovaction, e que
deverá ter contado com a participação da Ministra da Coesão
Territorial, Ana Abrunhosa, e com representantes de todas as
instituições que compõem o consórcio.
Helena Freitas, coordenadora do
Centro de Ecologia Funcional (CFE) e líder do projeto, citada na
mesma nota de imprensa, explica que "em resultado de sinergias
criadas anteriormente foi possível criar um consórcio regional de
instituições relevantes no setor agroalimentar, e que possuem todas
as condições físicas e competências técnicas para desenvolver
projetos de investigação disruptiva e consequente transferência da
inovação para o mercado".
A professora catedrática da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, que
também integra o Conselho Geral do Instituto Politécnico de Castelo
Branco, recorda que "a degradação ambiental, a pressão sobre os
recursos naturais e as alterações climáticas confrontam as
sociedades com inúmeros desafios, os quais requerem conhecimento,
criatividade e inovação, sendo ainda necessária uma profunda
mudança social". Por isso, refere que "é fundamental adotarmos uma
abordagem sistémica na investigação e na intervenção do território,
promovendo o desenvolvimento de metodologias e soluções inovadoras,
economicamente viáveis, focadas na segurança alimentar e numa
produção ambiental e socialmente sustentável com uma base
integradora do funcionamento dos agroecossistemas e que contemple
todas as suas dimensões".
No seu entender, "em virtude das
condições inerentes à matriz territorial da região Centro, e da sua
elevada vulnerabilidade face aos diversos cenários de alterações
climáticas, há necessidade de abordar o território de forma
disruptiva e diferenciadora".
Na mesma nota, Joana Costa, investigadora do CFE e diretora
executiva do projeto, revela que "o projeto pretende valorizar e
dotar os polos de competência existentes na região Centro de
conhecimentos em áreas estratégicas, com consequente fixação de
recursos humanos altamente especializados, ao mesmo temo que
promove e consolida a colaboração entre instituições de ciência,
tecnologia e ensino superior e o cluster agroalimentar, numa
perspetiva assente na inter e transdisciplinaridade do conhecimento
e da inovação".