Carlos Maia reeleito presidente do IPCB
Politécnico quer mais alunos
Carlos Maia acaba de ser reconduzido no cargo de
presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco. A captação
de mais alunos, a sustentabilidade financeira da instituição e a
investigação são prioridades.
Carlos Maia foi reeleito
presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco para o seu
segundo mandato. A eleição decorreu no passado dia 30 de janeiro,
em reunião do Conselho Geral, tendo obtido 24 votos favoráveis e um
branco.
Carlos Maia foi candidato único
às eleições e em declarações ao Ensino Magazine apresenta como uma
das suas prioridades a "sustentabilidade financeira da instituição.
Entre o que recebemos em 2010 e o que está previsto recebermos para
2014 por parte do Orçamento de Estado, temos uma diminuição de
cinco milhões de euros. Por isso, compete-nos minimizar o impacto
que essa diferença vai fazer na instituição".
Outro dos objetivos do
Politécnico passa, no entender de Carlos Maia, pela "captação de
alunos. Há uma redução acentuada no número de candidatos ao ensino
superior, e as instituições do interior têm sido as mais
penalizadas, pelo que temos que fazer um grande investimento na
captação de alunos".
Carlos Maia explica que a redução
de candidatos ao ensino superior não está exclusivamente ligado à
demografia. "Em 2013/14 havia 159 mil alunos no ensino secundário,
dos quais 100 mil estavam em condições de se candidatar ao ensino
superior e apenas cerca de 41 mil é que o fizeram", diz, para
acrescentar: "há uma clara desvalorização social do ensino
superior. As pessoas deixaram de ver uma licenciatura ou um
mestrado como vantagens competitivas, e há jovens que dizem
abertamente que preferem ocupações pior remuneradas, do que fazer
um curso superior, com todo o investimento que isso implica, e
depois ao fim de três ou cinco anos terem que emigrar".
Para além daquelas razões, Carlos
Maia fala na questão económica. "Para muitas famílias começou a ser
um peso insuportável ter um filho a estudar no ensino superior",
refere. No entender do presidente do IPCB, a redução do número de
alunos é preocupante para o próprio país. "Os nossos níveis de
qualificação da população ficam muito aquém da média dos países da
OCDE, temos metas europeias para atingir em 2020, onde deveríamos
ter 40% da faixa etária entre os 30 e os 34 anos com diploma
superior, e neste momento apenas temos cerca de 28%".
Por isso, diz Carlos Maia, a
reorganização da rede de ensino superior deve passar pela sua
consolidação, "no sentido de dar uma maior importância ao ensino
superior no desenvolvimento do país".
O presidente do Politécnico
acrescenta: "somos fortes defensores das parcerias, as quais devem
nascer de uma área de interesse comum e devem ter uma duração igual
à da eficácia dessa parceria. Deixando de haver benefícios para os
parceiros, deixa de fazer sentido a parceria".
Carlos Maia lembra que "essa é a
grande diferença entre as parcerias e as fusões. É que nas fusões
quando deixa de haver interesse de uma das partes, já não há
retrocesso, pois há pelo menos uma instituição que desapareceu. É
por todos estes motivos que o IPCB está disponível para fazer
parcerias com todas as outras instituições, e não só as da nossa
área geográfica, e nunca fusões que não são benéficas para a região
e para o país. Entendemos que os critérios que devem servir de base
às parcerias devem ser de natureza formativa e científica".
Ao nível do funcionamento do
IPCB, Carlos Maia refere que a aposta passa por "sistematizar a
informação e fortalecer a investigação, em estreita ligação com o
mercado de trabalho". O presidente adianta que uma das suas
prioridades "será virar o IPCB para a comunidade".
Internamente, Carlos Maia adianta
que vai ser feita "a reorganização de alguns serviços, no sentido
de tornar a estrutura adequada às reais necessidades da
instituição. Como resultado dessa reorganização vai haver algumas
novidades ao nível da vice-presidência e da administração".