Educação sexual
Lei está por cumprir
Um estudo da
Universidade do Minho revela que a generalidade das escolas dos
ensinos básico e secundário "está em incumprimento da lei" no que
diz respeito à educação sexual. Apesar de existir legislação desde
1984, ainda há professores "objetores de consciência" e
instituições que preferem evitar "questões fraturantes", como o
aborto e a orientação sexual, afirma a investigadora Zélia
Anastácio. A solução está na realização de ações capazes de formar
devidamente os profissionais, desinibindo-os perante determinados
temas e derrubando conceções erróneas que limitam a sua
atuação.
A especialista, que trabalha o tema
da sexualidade há quase duas décadas, está a coordenar um projeto,
apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, que visa munir
os professores e técnicos de escolas e instituições de acolhimento
de competências para o ensino "adequado" da educação sexual. Na
prática, pretende-se que estes profissionais saibam planear
projetos educativos que respondam às necessidades reais das
crianças e dos jovens. Dos cerca de 150 docentes envolvidos no
estudo, a maioria referiu não se sentir "preparada" para lecionar
educação sexual, "por esta não se relacionar com a sua área de
formação". Um receio que foi ultrapassado com a participação em
formações intensivas.