Ação social
IPCB apoia alunos
O Instituto Politécnico de Castelo
Branco (IPCB) tem em curso um conjunto de projetos de ação social
dirigidos aos alunos da instituição. Um deles passa por permitir
que os estudantes colaborem com a instituição, disponibilizando
horas para determinadas atividades em laboratórios e em troca
receberem incentivos por parte do politécnico como senhas de
alimentação.
A medida, já em prática, foi divulgada pelo IPCB no Fórum de
Educação e Cidadania promovido no passado sábado no auditório da
Escola Superior de Educação pela Associação Maense em Portugal (que
representa alunos cabo-verdianos em Portugal), pelo Instituto
Politécnico de Castelo Branco e pela Câmara de Castelo
Branco.
António Fernandes, presidente do IPCB, revela que "o Politécnico
tem estado atento às dificuldades dos estudantes e também aos
alunos que assumem estas responsabilidades as quais fazem parte da
formação integral do estudante. Ao participarem nestas atividades,
ajudando nos laboratórios, percebem o funcionamento da instituição
e adquirem a responsabilidade que vai para além daquilo que é
estudar".
O presidente do IPCB adianta que todas "as escolas têm alunos
colaboradores. Os estudantes podem candidatar-se e poderão estudar
numa escola e fazer a sua colaboração noutra".
No Fórum, que contou com a presença do Embaixador de Cabo Verde em
Portugal, Eurico Monteiro, foram ainda destacadas outras medidas
que o IPCB está a implementar no domínio da ação social.
À margem do encontro, António Fernandes destacou o Banco de Bens,
"o qual tem quatro áreas de intervenção: distribuição de alimentos,
vestuário, produtos de higiene pessoal e material escolar aos
alunos que deles necessitem". Anualmente o IPCB "faz duas campanhas
de recolha, em que as pessoas podem contribuir de forma anónima,
estando em cada uma das escolas e nos serviços centrais espaços
para essa recolha", explica.
A campanha é feita internamente, mas poderá vir a envolver outras
instituições que se encontram no terreno, como a Amato Lusitano,
sendo que o Banco Alimentar de Castelo Branco já colabora. A
próxima campanha decorrerá em março. Depois de recolhidos, os
produtos são distribuídos em função das necessidades dos alunos
inscritos e que solicitem esse apoio.
Eduarda Rodrigues, administradora do IPCB e dos Serviços de Ação
Social, aproveitou a sua intervenção no Fórum para divulgar, não só
aquelas iniciativas, mas também o Gabinete de Apoio Psicológico. No
futuro deverá ser criada "uma linha de apoio ao estudante, que
funcionará com alunos voluntários". Todas estas medidas estão
abertas aos estudantes que se candidatarem ou que sentirem
necessidades de apoio.
António Fernandes, na abertura do Fórum, fez questão de recordar
que estudam no "IPCB cerca 200 alunos de Cabo Verde, sendo que o
Politécnico tem aproximadamente 400 alunos estrangeiros".
Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco, recordou que
a autarquia "tem feito um trabalho muito grande para tornar o
concelho mais atrativo para se estudar, trabalhar e investir". O
autarca que participou na sessão de abertura do Fórum fala de uma
cidade "com qualidade de vida, com o espaço público limpo, que tem
apostado na regeneração urbana".
O presidente do município destacou ainda "o conjunto de
infraestruturas que Castelo Branco possui e que colaboram com o
Instituto Politécnico de Castelo Branco, casos do Centro de Apoio
Tecnológico ao Agro Alimentar, o InovCluster, Centro de Empresas
Inovadoras e mais recentemente a Fábrica da Criatividade".
O Embaixador de Cabo verde em Portugal, que no dia anterior foi
recebido no IPCB, tendo visitado as escolas superiores de
Tecnologia, Saúde e Artes Aplicadas, aproveitou o momento para
lembrar que "são raras as vezes que encontramos autoridades locais
interessadas no que se passa nas suas escolas, envolvendo-se. Aqui,
em Castelo Branco, verifica-se isso, com a Câmara de Castelo Branco
interessada no estímulo dado aos estudantes e no apoio que lhes é
prestado. E, por isso, os estudantes têm todas as condições para
terem sucesso".
Eurico Monteiro acrescentou que será "divulgador desta realidade",
lançando um desafio aos jovens presentes no encontro para "se
qualificarem. Hoje não basta ter um diploma é preciso ter algo
mais", concluiu.