Politécnico

José Potes é o novo presidente do Politécnico
Santarém aposta na diferença

jose-potes (5).jpgO presidente do Instituto Politécnico de Santarém, José Potes, tem bem definida a estratégia da instituição a que preside, e considera que a diferenciação e a complementaridade são aspetos que devem ser perseguidos, a par da ligação ao tecido empresarial e produtivo. "O papel do ensino politécnico deve estar próximo ao tecido empresarial e produtivo. No nosso caso, que é uma região muito desenvolvida do ponto de vista agrícola, esta proximidade é muito importante".
O Politécnico de Santarém, que integra uma das mais antigas escolas agrárias do país (com mais de 100 anos), vê nisso uma mais valia. "A nossa Escola Agrária é aquela que tem mais prestígio e tradição, pois encontra-se na zona mais produtiva do país. Isto faz com que os alunos da nossa instituição, distribuídos pelas nossas cinco escolas, tenham este espírito de ligação ao setor produtivo e mais facilidade de se ligarem ao mercado de trabalho", revela José Potes, para quem é importante o IPSantarém estar atento "ao tecido empresarial e àquilo que ele nos pede, não só na perspetiva da qualificação, mas também da investigação aplicada".
O presidente do IPSantarém refere que aqueles "dois aspetos são fundamentais para o desenvolvimento regional, no qual nós devemos ser parceiros, seja com as associações empresariais seja com a comunidade intermunicipal, nos quadros comunitários e na Comissão de Coordenação Regional. A aproximação do ensino superior politécnico ao tecido local é fundamental, e dessa proximidade pode resultar o desenvolvimento da região".
José Potes, que tomou posse no dia 10 de setembro de 2018 como presidente do Politécnico de Santarém, revela que assumiu uma grande responsabilidade e que a região está atenta ao que vai ser feito no Instituto. "Há uma responsabilidade grande de ver em que medida as nossas competências podem ser colocadas ao dispor de quem nos reconhece. Sinto que as pessoas nos estão a estimular e isso significa que há muito trabalho a fazer, e nós temos que conseguir dar resposta àquilo que nos pedem como instituição de ensino e investigação, que é conhecer os problemas da região e dar-lhes resposta através destes dos eixos de conhecimento, formação e desenvolvimento tecnológico".
Com uma oferta formativa que vai dos CTESP aos mestrados, o Politécnico de Santarém está atento ao mercado. José Potes assegura que "os ajustes nessa matéria estão a ser feitos de forma permanente. O último CTESP que foi proposto é de Inovação em Ciências Gastronómicas, uma área que está na moda e que vai ao encontro de uma solicitação do mercado. Também temos uma licenciatura aprovada que é Dieta Mediterrânica, e um mestrado em Agricultura Mediterrânica".
O presidente do Politécnico considera que esses cursos são um bom exemplo de aproveitamento das condições naturais da região e através delas apostar na diferenciação. "Temos que tirar partido do facto da nossa zona ser a mais desenvolvida do país no setor agrícola e agro-transformação. Associado a isto, toda a oferta formativa, por exemplo na Escola de Gestão e Tecnologia, pode estar associada a esta área. O mesmo acontece na Escola de Desporto, que é bastante reconhecida, e onde se pode tirar partido da equitação, própria da nossa região. É neste sentido que todas as escolas devem colaborar em conjunto para uma estratégia que se baseia nos recursos naturais em que nós somos fortes".
José Potes lembra que a sua candidatura se baseou em dois aspetos. O primeiro passou por trazer "as escolas à gestão do Politécnico. O segundo pela renovação do Instituto. No caso do primeiro pressuposto, a presidência é composta por ex-diretores da Escola Agrária, Escola de Desporto e da Escola de Educação, estando a trabalhar em equipa com todos os diretores. Na renovação, criámos gabinetes de apoio com colegas novos, o que está a gerar uma dinâmica importante no Instituto".
Numa altura em que se fala da possibilidade de mudança de nome das instituições politécnicas para universidades politécnicas, José Potes considera que a palavra politécnico deve manter-se. O que nos pode diferenciar é o termo politécnico, pelo tipo de formação que ministra, e disso não abdico. O politécnico é que me diz tudo", justifica para depois recordar que a questão dos doutoramentos também vai ser ultrapassada, pois "todas as instituições vão poder atribuir esse grau, mediante determinadas exigências".
Uma das exigências da Agência para Avaliação e Acreditação do Ensino Superior passa pela investigação. Nessa matéria o Politécnico de Santarém integra um Centro de Investigação em Qualidade de Vida. "É um centro através do qual poderemos obter competências para poder oferecer doutoramentos nessa área. Mas temos que trabalhar para isso, formando mais massa critica. Mas o que é importante em todas as escolas e nas outras áreas, é promover a especialização dos docentes do politécnico. Todos temos que ter o doutoramento para exercer docência no ensino superior, mas no caso do politécnico, devemos, na minha perspetiva, promover a especialização, de uma forma muito exigente do ponto de vista da qualificação. E nesta matéria temos que todos trabalhar no mesmo sentido".
A internacionalização do Politécnico de Santarém é uma área em que José Potes está atento. "Neste momento estamos com quatro mil alunos, dos quais 60 são internacionais". O presidente do IPSantarém diz que é importante ir à procura de novos públicos, junto da lusofonia, mas que depois terá que ser dada resposta ao nível do alojamento. "Neste momento as residências que temos são poucas, estão esgotadas. Pelo que se quisermos aumentar o número de alunos estrangeiros, temos que trabalhar muito em termos de alojamento". Mas a internacionalização passa também pela investigação e pela cooperação com instituições internacionais, o que também está a ser feito pelo IPSantarém.

 
 
 
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