Na “Scientific American”
Católica conserva esculturas
A Escola Superior de Biotecnologia e a Escola das
Artes da Católica no Porto encontram-se a desenvolver nanofilmes
com uma base de quitosano - componente natural extraída dos
esqueletos dos crustáceos -, substância capaz de criar nanocamadas
protetoras e que demostram possuir efeitos antimicrobianos para
aplicação em esculturas públicas, localizadas no exterior.
A investigação faz parte do projeto
BIONANOSCULP, que visa encontrar uma solução eficaz que ajude a
evitar a degradação causada pela contaminação biológica neste tipo
de obras de arte.
A equipa de investigação,
coordenada por Patrícia Raquel Moreira, analisou sete esculturas,
localizadas na cidade do Porto e Santo Tirso - 'Rosalia de Castro'
(de Salvador Barata Feyo), 'Sol, Lua e Vento' (de Satoru Sato),
'Afonso de Albuquerque' (de Diogo Macedo), 'Movimento' (de Augusto
Jorge), 'Repouso' (de Gustavo Bastos), 'O guardador do Sol' (de
José Rodrigues) e 'Eu espero' (de Fernanda Fragateiro).
Um dos critérios para a escolha
destas obras centrou-se nos materiais específicos das esculturas
(diferentes tipos de pedra e metal), bem como o reconhecimento
visual, a olho nu, da presença de contaminação microbiana e de
diferentes estados geral de conservação. Apesar da abordagem estar,
ainda, em fase experimental, os autores identificaram vantagens
claras na sua utilização, nomeadamente no que diz respeito ao nível
de toxicidade, aspeto fundamental do ponto de vista dos
utilizadores finais do produto, os conservadores-restauradores ou
arqueólogos.
O projeto captou, entretanto, a
atenção da revista 'Scientific American', sendo que no artigo
publicado, e em que o projeto português é citado, destaca-se o
papel da Católica no Porto, precisamente no âmbito da conservação e
restauro de forma geral e na área da arte pública, comparando-o com
a realidade praticada por outros grupos de investigação na Europa,
nomeadamente em Espanha ou Itália.