Estudantes de Coimbra querem suspensão de propinas
A Associação Académica de Coimbra, em
comunicado, acaba de solicitar ao Ministro da Ciência e do Ensino
Superior, Manuel Heitor, a suspensão das propinas no ensino
superior. Este pedido tem em conta o momento difícil que
país, as famílias e os estudantes estão a viver, fruto da pandemia
Covid-19.
"Tendo em conta este carácter
excecional, com graves repercussões económicas para as famílias
portuguesas, a Associação considera fundamental, para a manutenção
estável dos rendimentos dos agregados familiares, a suspensão
imediata das propinas no Ensino Superior português enquanto se
mantiver este estado de exceção. É de elevada justeza social a
suspensão imediata desta taxa paga pelas famílias portuguesas
salvaguardando a manutenção do poder de compra das mesmas para
ultrapassar este período excecional de incerteza", diz o
comunicado.
No mesmo documento, aquela
associação acrescenta: "no nosso direito tributário, a propina é
encarada como uma taxa de comparticipação paga pelos
estudantes pela prestação do serviço facultado pelas Instituições
de Ensino Superior. Esta tributação deve ser revista tendo em conta
a limitação da atividade das Instituições de Ensino Superior bem
como o carácter económico e social excecional que o nosso país hoje
atravessa. O mais importante é que o tributo ao Estado não seja
imposto de forma cega. Há que ter em conta o clima de desespero das
famílias dos estudantes neste momento particular. Porque tempos
extraordinários exigem medidas extraordinárias, a Associação
Académica de Coimbra defende a imediata suspensão do pagamento das
propinas em todos os ciclos do Ensino Superior Português enquanto
durar o encerramento das Instituições de Ensino Superior,
contribuindo para a estabilidade financeira das famílias
portuguesas que neste momento sofrem do impacto económico causado
por esta pandemia".
A Associação Académica de
Coimbra manifesta ainda "preocupação pela atual digitalização das
atividades letivas poder marginalizar os estudantes mais
carenciados que não têm o acesso facilitado às tecnologias de
comunicação utilizadas no ensino à distância. um reforço monetário
extraordinário destinado aos estudantes bolseiros é essencial para
que possamos salvaguardar uma tendencial igualdade de acesso aos
métodos de ensino e avaliação implementados atualmente, bem como
assegurar que os nossos colegas mais carenciados mantenham a
estabilidade financeira que teriam em condições normais".