Coronavírus: escolas fechadas, país de quarentena
Todas as escolas portuguesas vão encerrar a partir
do dia 16 de março e até ao final do mês. A medida
abrange também as creches e o pré-escolar. O funcionamento de
centros comerciais também é condicionado. O mesmo acontecerá
com os estabelecimentos de restauração. Já o funcionamento de
discotecas fica suspenso. FIcam ainda limitadas as visitas a lares
e hospitais.
As medidas foram tomadas pelo Governo, em Conselho de
Ministros durante o dia 12, e divulgadas pelo Primeiro
Ministro, António Costa, após reunião com os partidos representados
no Parlamento.
António Costa disse aos jornalistas, numa comunicação
transmitida para todo o país, que a partir do dia 16 de março todas
as atividades letivas presenciais serão suspensas. "Esta medida
será reavaliada a 9 de abril, após as férias da Páscoa". Nessa
altura será avaliada a situação para ver se são necessárias
novas medidas.
O Primeiro Ministro falou ainda em preparar medidas alternativas
ao ensino presencial.
No seu entender, "o encerramento das escolas não se deve ao
facto destas serem um local de contaminação, mas sim de contacto
que favorece essa contaminação. Por isso, o apelo que faço é que
tenhamos todos consciência que devemos limitar o nível de
circulação e os contactos pessoais".
António Costa anunciou também o "encerramento de discotecas" e a
"redução em 1/3 em cada estabelecimento de restauração da sua
capacidade; a limitação de frequência de centros comerciais para
que não haja muitas pessoas num mesmo espaço; e a limitação
de desembarque em navios de cruzeiros".
"Temos que assumir e partir do princípio que esta pandemia ainda
não atingiu o seu pico, está em fase de evolução, pelo que é muito
provavel que mais doentes venham a ser contaminados. E que este
surto possa ser mais duradouro. Devemos desejar o melhor mas
preparamos-nos para o pior", disse António Costa.
O Primeiro Ministro recordou que apesar do parecer do Conselho
Nacional de Saúde Pública não ir no sentido do encerramento de
todas as escolas (deveria ser avaliado cada caso pelos serviços de
sáude), "o Centro Europeu para a Prevenção e Combate às Doenças
recomendou a todos os estados membros o encerramento de
estabalecimentos de ensino".
Esta medida surge num momento em que nas escolas portuguesas já
se sentia muito desconforto quer junto dos docentes e funcionários,
quer junto de alunos e pais.
No ensino superior, e como o
Ensino Magazine noticiou, tem sido muitas as
instituições que já suspenderam as suas atividades letivas
presenciais e as atividades não letivas.
APOIOS EM ANÁLISE
António Costa referiu ainda que vão ser adotadas medidas de
apoio para "reforçar o Serviço Nacional de Saúde; para
assegurar a proteção do emprego e a viabilidade das empresas
atingidas; e para garantir o rendimento das famílias que por
motivo de doença do próprio, de familiares ou de acompanhamento de
menores até aos 12 anos" não possam ir ao trabalho. "Para além do
apoio à remuneração dos trabalhadores de conta de outrem,
adotaremos medidasc para que estas medidas beneficiem
também os que são trabalhadores independentes",
acrescentou.
O Primeiro Ministro disse ainda que iriam ser tomadas "medidas
especiais para apoiar profissionais de saúde, de socorro e de
segurança, que também tem filhos, mas que são fundamentais para
garantir a segurança, a saúde e o socorro".
Para António Costa, está-se perante "um esforço coletivo para
enfrentar esta pandemia. Por isso tomei a iniciativa de ouvir todos
os partidos, sobre um conjunto de medidas discutidas em Conselho de
Ministros, para que possa aprovar medidas que possam ser
legisladas. (...) Esta é uma batalha de todos, não
há o partido do vírus e do antivírus!".
Recorde-se que no passado dia 11 de março a Organização Mundial
de Saúde decretou a pandemia de COVID 19. Estão confirmados 120 mil
casos de infeção em todo o mundo e registadas mais de quatro mil
mortes. Em Portugal são já várias as instituições de ensino que
encerraram as suas atividades e os seus campus como forma de
acautelar potenciais riscos inerentes à existência da infeção do
COVID-19 (conoravírus).
***Em atualização*****