IPS revisita “presença negra”
Aula passeio debate racismo
O Roteiro para uma Educação
Antirracista, ciclo de conferência se debates promovido pela Escola
Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal (ESE/IPS)
ao longo de 2019, vai culminar, no próximo dia 29 de fevereiro, com
uma aula passeio pela Setúbal da época moderna (séculos XV-XVIII)
em busca dos vestígios da presença negra na cidade. A visita
guiada, organizada em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal,
tem arranque marcado para as 14H00, na antiga Casa da Alfândega de
Setúbal, hoje Biblioteca Municipal. Um local simbólico eque, desde
logo, introduz o périplo ao revisitar um dos principais pontos de
entrada dos escravos africanos em Portugal, a par dos portos de
Lagos e Lisboa, que terão chegado a representar, no século XVI,
cinco por cento do total da população residente. Neste
percurso, com oito paragens pelo centro histórico da cidade,
pretende-se criar "um espaço de educação não formal sobre
ocolonialismo português" e conduzir os participantes na descoberta
de uma dimensão, até hoje oculta, da história de Setúbal, revelando
o papel da população escrava para a formação do que é hoje este
importante centro industrial, administrativo e cultural da Área
Metropolitana de Lisboa, desde sempre ligado ao mundo. Como
explicam os docentes Ana Alcântara, Cristina Roldão e Carlos Cruz,
autores do itinerário, dar a conhecer a história nacional e local,
sem escamotear a prática da escravatura, é também uma forma de
suscitar a reflexão sobre a "diversidade étnico-racial das nossas
próprias origens", lançando "o debate sobre o (anti) racismo na
sociedade e cultura setubalenses".