Exames
Diretores anulam 53 provas
Os diretores escolares
anularam, no ano passado, 53 provas nacionais a alunos por
tentativa de fraude e, essencialmente, por terem levado o telemóvel
para dentro da sala da prova, revela o Júri Nacional de Exames
(JNE).
No ano passado, 37 exames nacionais
que estavam a ser feitos por alunos do ensino secundário foram
anulados assim como outras 16 provas de estudantes do básico, diz o
relatório do JNE sobre o "Processo de Avaliação Externa da
Aprendizagem - Provas Finais de Ciclo/Exames Nacionais 2104".
No ensino básico, sublinha o JNE,
não foi identificado nenhum caso de fraude, já que as 16 provas
anuladas foram-no pelo facto de os alunos terem um telemóvel
consigo, não havendo intenção de copiar.
Já no secundário, o JNE encontrou
37 provas anuladas: oito por fraude e 29 por irregularidades.
Apesar de estarem registadas oito
ocorrências de fraude, o JNE considera como certas apenas três em
que houve recurso a cábulas e "utilização deliberada de telemóvel,
fotografando a prova resolvida, para posterior envio para outro
examinando", lê-se no documento divulgado esta semana.
As restantes cinco são vistas pelo
JNE como irregularidades, ou seja, casos de posse indevida de
telemóvel ou outros meios de comunicação móvel, mas em que, "pelas
circunstâncias observadas, os intervenientes concluem não haver
qualquer intenção de fraude, justificando-se a ocorrência por mera
distração, por vezes, sendo os próprios alunos a entregarem
espontaneamente o equipamento".
No total, o JNE enviou oito
processos à Inspeção-Geral da Educação e Ciência, na maior parte
dos casos, por ter recebido relatórios de suspeita de fraude,
identificada durante o processo de classificação, mas também uma
ocorrência de falsa identidade, um desaparecimento de uma prova,
uma denúncia de alegada ajuda por parte de um professor vigilante e
uma comunicação de ausência de professor coadjuvante, em
circunstâncias alegadamente irregulares.
Além destes casos, o relatório
refere ainda que mais de mil alunos do ensino básico (1127)
chegaram à escola onde iam realizar a prova sem o necessário
documento de identificação.
"Foi no 2° ciclo que se verificou a
frequência mais elevada desta ocorrência, com 267 casos na prova de
Português e 237 na prova de Matemática", refere o JNE.
No secundário, 215 alunos chegaram
à prova sem terem documentos de identificação.
Já o número de provas respondidas a
lápis no básico, 155, "deixou de ter o significado alcançado em
anos anteriores", sendo a maioria dos casos de esquecimento
registados entre os alunos mais novos: no 1° ciclo houve 102 alunos
que apareceram na prova de Matemática munidos com um lápis.