1ª Coluna

Primeira coluna
A chave da mobilidade

João Carrega

A internacionalização das instituições de ensino superior constitui um objetivo estratégico de universidades e politécnicos, através de projetos de investigação, de processos de dupla titulação, da captação de alunos internacionais, e no reforço de programas de mobilidade, como acontece com o Erasmus +, promovido pela União Europeia, que em 2017 bateu recordes de participação, com mais de 800 mil pessoas a circular entre os países participantes, dos quais 21 mil dizem respeito a Portugal.
Falando desta forma parece que são coisas simples. Mas, na verdade, são complexas, exigem ousadia, inovação e aquilo a que podemos chamar de empreendedorismo académico à escala global. O programa Erasmus +, nas suas várias vertentes, tem permitido que milhares de estudantes, docentes e não docentes, façam programas de mobilidade, concluam parte dos seus cursos em instituições de ensino superior de outros países, façam estágios profissionais em empresas de outros países que não os seus, ou exerçam as suas funções em universidades ou politécnicos estrangeiros. Para se ter uma ideia da importância deste programa, entre 2013 e 2017, mais de dois milhões de pessoas beneficiaram de bolsas para aquilo a que se chama de programas de aprendizagem ao longo da vida. O valor orçamentado, pela União Europeia, para o período 2014-2020 é de 14,7 mil milhões de euros.
O programa Erasmus + é um dos projetos mais bem conseguidos da União Europeia, que tem permitido experiências únicas a quem nele participa, que permite abrir horizontes, conhecer novas realidades, e criar uma rede de contactos poderosa. Esta dimensão de abertura vem ao encontro daquilo que são as academias do futuro, e para o que os alunos, docentes e não docentes (mas sobretudo os primeiros dois grupos) vão encontrar na sua vida. Uma competição à escala global, onde todos são cidadãos do mundo e não apenas da cidade ou do país onde vivem ou nasceram.
Esta rede de conhecimento tem vindo a ganhar força, a reforçar parcerias e a garantir o aparecimento de projetos internacionais, sejam eles académicos, de investigação, ou de vida. E esta é a força do Erasmus +, que aqueles que estão em condições de participar não devem desperdiçar. Também as instituições de ensino portuguesas devem ter a capacidade de atrair participantes para este programa, criando as condições para enviar e acolher. Portugal enviou, no ano letivo 2016-2017, mais de nove mil estudantes para estudar no estrangeiro e 2354 pessoal docente, recebendo, respetivamente, 14306 estudantes e 3825 docentes. Os números são já relevantes, mas o nosso país deve fazer um esforço para os melhorar, na certeza que o retorno será sempre maior que o investimento.

João Carrega
carrega@rvj.pt
 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
 
 
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