IPCB, IPG, IPS e UBI juntos
Falta de juventude é um problema sério
Um dos bens mais escassos do país é
a juventude. As palavras são do reitor da Universidade da Beira
Interior, António Fidalgo e foram proferidas na Conferência
Internacional "Regional Helix" dedicada à indústria e inovação, que
decorreu nos passados dias 17 e 18 de janeiro, no Centro de
Empresas Inovadoras de Castelo Branco (CEi).
António Fidalgo, reitor da UBI, foi objetivo numa das ameaças que
afeta o interior e o país: "Se há um bem escasso em Portugal é a
juventude. E os grandes centros do litoral vêm-nos buscar esse bem
escasso que são os nossos jovens. Nós temos que remar contra isso
(…). Não podemos estar a importar mão--de-obra asiática e ver os
nossos jovens qualificados irem para Lisboa ou para o estrangeiro
(…). Por isso, precisamos desta inovação, da relação das
universidades e politécnicos com as empresas e com as
autarquias".
A iniciativa, organizada pela Câmara de Castelo Branco, e
integrada no Dia Europeu da Indústria, teve como parceiros os
institutos politécnicos de Castelo Branco e da Guarda (IPG), a
Universidade da Beira Interior (UBI), o Centro de Apoio Tecnológico
Agro Alimentar, o CEi e o InovCluster.
O debate reuniu cerca de 30 especialistas nacionais e estrangeiros
de empresas, autarquias e instituições de ensino superior e cerca
de 120 participantes. A inovação e a formação de quadros por parte
das academias foram temas em destaque, com os responsáveis do IPCB,
IPG, Politécnico de Setúbal e da UBI a sublinharem o papel que as
instituições têm e devem assumir. "A inovação, a tecnologia e o
empreendedorismo fazem parte das nossas áreas de intervenção
prioritárias", justificou Luís Correia, presidente do Município
albicastrense.
O autarca aproveitou a ocasião para recordar os investimentos
efetuados pela Câmara no concelho de Castelo Branco naquelas áreas,
dando como exemplos o Centro de Empresas Inovadoras, o Centro de
Apoio Tecnológico Agro Alimentar, o InovCluster, a Central de
Transformação do Figo da Índia, a Melaria, a Fábrica da
Criatividade, a Aceleradora de Empresas na Zona Industrial ou da
Destilaria.
"Desde há vários anos que estamos a criar infraestruturas para
apoiar as empresas. Não nos limitamos a construir, mas em
dinamizá-las, em dar-lhes vida, como acontece com este encontro
internacional" que junta instituições de ensino superior e o tecido
empresarial. Na sessão de abertura, o autarca considerou que o
concelho e a região tem empresários audazes e deu como exemplo o
que acontece nos "setores do frio, automóvel e
agroalimentar".
O reitor da UBI deu como bons exemplos os setores "do frio, do
agroalimentar, têxtil e das novas tecnologias". No seu entender a
grande falha "é a falta de mão-de-obra qualificada". António
Fidalgo falou ainda na captação de alunos estrangeiros, lembrando
que a UBI "foi das que trouxe mais estudantes de outros países para
a região. Na Covilhã eles já dinamizam a sociedade". Na sua
intervenção defendeu ainda que as instituições de ensino superior
"devem ter um espírito amplo e aberto, para não se deixarem
ultrapassar, para que os nossos jovens estejam na crista da onda e
sejam capazes de competir".
E quando se fala em competitividade, fala-se também em qualidade e
nas condições que são proporcionadas aos jovens no ensino superior.
"Agora fala-se muito em residências para estudantes, quando isso no
Interior já temos. Oxalá que Lisboa continue bem em termos
turísticos, mas também não pode querer tudo, nem residências de
estudantes pagas por todos", disse.