Politécnico de Leiria
Análise forense em curso para autoridades
O Politécnico de Leiria dinamiza
dois cursos em Análise Digital Forense, dirigidos a técnicos de
informática da Autoridade Tributária (AT) e da Guarda Nacional
Republicana (GNR). Esta formação avançada, que decorre na Escola
Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), inclui ainda metodologias e
abordagens práticas de análise digital forense, que permite dotar
os formandos de conhecimentos sólidos e competências no âmbito da
cibersegurança.
«Atualmente a maioria dos crimes, informáticos ou não, envolve o
recurso a equipamentos eletrónicos. Em fase de investigação estes
equipamentos são apreendidos e posteriormente analisados, com vista
à identificação de factos que comprovem a autoria ou não dos
crimes. O aumento exponencial de equipamentos apreendidos tem
trazido constrangimentos aos órgãos de polícia criminal,
nomeadamente à realização em tempo útil das perícias aos
equipamentos», explica Mário Antunes, professor do departamento de
Engenharia Informática da ESTG e coordenador desta formação
avançada. «Como consequência, estes organismos têm vindo a
apetrechar as suas unidades de investigação de técnicos em análise
digital forense, tentando assim aumentar o número de perícias
realizadas, e consequentemente diminuir o tempo de investigação de
cada processo.»
Assim, de 7 a 18 de janeiro decorreu na ESTG o curso destinado aos
técnicos de informática da Autoridade Tributária, que terão
unidades curriculares como regulamentação e regime jurídico,
fundamentos de redes e protocolos, administração de sistemas e
serviços de rede e laboratórios de análise digital forense.
O curso destinado aos técnicos de informática da Guarda Nacional
Republicana, que vai na segunda edição, decorre entre 21 de janeiro
e 15 de fevereiro na ESTG. O plano curricular desta formação
integra a introdução à segurança informática, regulamentação e
regime jurídico, fundamentos de redes e protocolos, fundamentos de
segurança em redes, administração de sistemas e serviços de rede,
fundamentos de programação segura, laboratório de hacking,
laboratório de recuperação de sistemas, e ferramentas para análise
e investigação forense. A discussão e apresentação dos trabalhos
finais realiza-se em julho.
«Os cursos de formação avançada que agora se iniciam refletem o
caminho já percorrido pelo Politécnico de Leiria, no âmbito da
formação em Cibersegurança e Informática Forense», destaca Mário
Antunes. «Desde 2013 realizámos cinco edições da pós-graduação em
Informática de Segurança e Computação Forense, direcionadas à PJ e
GNR, ao Ministério Público e às empresas; instalámos um laboratório
para realização de perícias forenses relacionadas com processos
provenientes do Ministério Público; iniciámos em 2017 o mestrado em
Cibersegurança e Informática Forense, que tem tido uma procura
superior ao número de vagas disponíveis; foram realizadas
publicações científicas e trabalhos de investigação na área da
análise digital forense, tendo alguns deles sido premiados
internacionalmente; e temos orientado e coorientado trabalhos de
mestrado e doutoramento na área da cibersegurança e informática
forense», remata o professor da ESTG.