Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura
António Zambujo – A voz melódica que veio de Beja
Nasceu em Beja no ano
seguinte ao da chegada da Liberdade a Portugal. Na sua infância
escutava o cante alentejano ao mesmo tempo que se encantava com os
fados de Amália Rodrigues, Maria Teresa de Noronha, Alfredo
Marceneiro e Max entre outros.
Vindo do Conservatório Regional do
baixo Alentejo, onde aprendeu a tocar clarinete desde os oito anos,
ruma desde cedo a Lisboa onde encontra Mário Pacheco que lhe abre
as portas do reconhecido Clube do Fado, casa de elite das vozes do
género, situada em Alfama. Trabalha com Filipe La Féria no musical
Amália onde interpreta o papel de Francisco da Cruz, primeiro
marido da fadista.
Em 2004 começa a sair para o
estrangeiro com presenças em Toronto, Paris, Sarajevo e muitas
outras cidades. Em 2006 ganha o Prémio Amália Rodrigues atribuído
pela Fundação com o mesmo nome que distinguiu assim, naquele ano, o
melhor intérprete masculino de fado. Nesse ano foi convidado pela
Fundação Calouste Gulbenkian para o Festival Atlantic Waves em
Londres. Em 2009 integra a lista dos 10 Melhores Concertos
Internacionais do Ano, selecionada pela Secção de Cultura do Jornal
O Globo, ao lado de músicos como Elton John, Burt Bacharah, Terence
Blanchard, Kiss e Angelique Kidjo.
António Zambujo esteve, a convite
de Milton Nascimento, com Ana Moura, Carminho e o próprio Milton no
encerramento das Festas de Lisboa deste ano.
Na sua voz, no seu fado, sente-se a
influência do Alentejo a conviver com uma certa brisa musical que
vem dos lados de África e do Brasil. No seu trabalho encontramos
quatro discos O Mesmo Fado (2002), Por meu Cante (2004), Outro
Sentido (2007) e Guia (2010).
António Zambujo estará no dia 20 de
julho em Mora, dia 21 na Casa da Música, no Porto e a 17 de agosto
em Tomar no festival Cem Soldos.
J. Vasco
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico