Universidade de Coimbra está de parabéns
Património mundial da Unesco
A
Universidade de Coimbra entrou, no passado dia 22 de junho, para o
restrito lote em Portugal do património mundial da Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
O reitor da Universidade de Coimbra
destacou o "imenso significado" para a cultura portuguesa que
representa a distinção da universidade como Património Mundial pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO).
"Existem neste momento
classificadas duas ou três universidades. É um clube muito
restrito. Ter a Universidade de Coimbra presente nessa lista tão
pequenina é um privilégio fantástico", declarou João Gabriel
Silva.
A comissão do Património Mundial da
UNESCO, que se reúne na 37.ª sessão
anual em Phnom Penh, Camboja, classificou a Universidade de Coimbra
como Património Mundial da Humanidade.
Já o antigo reitor da Universidade
de Coimbra, Seabra Santos, responsável pelo lançamento da
candidatura da instituição a Património Mundial da Humanidade,
disse hoje que o reconhecimento da UNESCO foi a "recompensa" a um
bem que todos sabiam ter "esse estatuto".
"Estou imensamente satisfeito. E
recompensado. Esta classificação não significa que a Universidade
não seja do século XXI. É uma universidade do século XXI, mas
também com uma história e um passado", disse Seabra Santos à
agência Lusa.
Para Seabra Santos, o
reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO), hoje conhecido, deixa "todos os
portugueses imensamente felizes, assim como toda a Universidade
Portuguesa".
"É uma enorme mais-valia para a
universidade e para a cidade. É uma forma de alicerçarmos o futuro
em bases mais sólidas", explicou.
Seabra Santos recordou o início da
candidatura, em 2003, e admitiu que o processo de preparação,
longo, foi um "objetivo em si".
Coimbra juntou-se assim aos centros
históricos de Angra do Heroísmo, Évora, Porto e Guimarães. Além
destes quatro centros históricos, Portugal tem ainda como
património mundial o Mosteiro da Batalha, o Mosteiro de Alcobaça, o
Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, bem como o Convento de
Cristo, em Tomar.
Portugal conta igualmente com a
Paisagem Natural de Sintra, os sítios pré-históricos de Arte
Rupestre do Vale do Rio Côa e de Siega Verde, a Floresta
Laurissilva da Madeira, o Alto Douro Vinhateiro, a Paisagem da
Cultura da Vinha da Ilha do Pico e a maior fortificação abaluartada
do mundo, em Elvas, como património mundial da UNESCO.
Para o reitor da instituição, a referência é muito mais que um
destaque a um "conjunto de edifícios".
João Gabriel Silva sublinhou que no
debate sobre a distinção foi realçada a "influência que a cultura
portuguesa teve no mundo", com a Universidade de Coimbra a
funcionar como "expoente" e "símbolo" dessa mesma presença.
"Esta classificação é, no fundo, a
classificação da cultura portuguesa", concretizou o reitor da
Universidade de Coimbra.
A candidatura portuguesa da
Universidade de Coimbra assentava em quatro núcleos da cidade de
Coimbra: os colégios da Rua da Sofia, onde a Universidade começou,
o Pátio das Escolas, "coração" da instituição, onde se situa a
reitoria, a faculdade de Direito e a Biblioteca Joanina, os
edifícios da reforma pombalina e o complexo do Estado Novo, na zona
alta de Coimbra.
Acidade de Agadez (Níger), as casas
de Médicis (Itália), ou a estação baleeira de Red Bay (Canadá),
entre outros candidatos, aguardam também o veredito da UNESCO entre
hoje e domingo.
O monte Fuji, no Japão, e o vulcão
Etna, em Itália, a jeito de exemplo, foram também distinguidos na
37ª sessão anual da comissão da
Unesco.