VISITA MINISTERIAL AO CATAA
Ministro ficou encantado com o trabalho ali efetuado
O
Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural,
Capoulas Santos, visitou demoradamente o Centro de Apoio
Tecnológico ao Agro Alimentar (CATAA) de Castelo Branco no decorrer
da sua recente estada em Castelo Branco a propósito da Bienal do
Azeite que decorreu nesta cidade.
O governante foi recebido naquelas
instalações pelos responsáveis do CATAA que tiveram oportunidade de
lhe mostrar e explicar todo o trabalho que ali tem sido
desenvolvido desde a sua criação. Do setor do azeite ao das frutas,
passando pelo das carnes e da biotecnologia, o ministro da tutela
mostrou-se interessado pelo trabalho ali efetuado e pelo impacto
que o mesmo já tem junto dos produtores do setor agroalimentar nas
suas múltiplas vertentes.
Do apoio ao melhoramentos dos
produtos em si, até à imagem e embalagem dos mesmos, passando pela
análise sensorial e pela internacionalização, muitos foram os temas
das conversas ali mantidas, tendo decorrido, inclusivamente, uma
reunião à porta fechada entre o governante e alguns dos
responsáveis técnicos e políticos locais, entre os quais o
presidente do município albicastrense, Luís Correia.
Visivelmente satisfeito com o que viu, Capoulas
Santos elogiou Castelo Branco pelo apoio que presta ao setor e pela
visão estratégica que levou o concelho a apostar forte numa
infraestrutura como o CATAA.
A produção de queijos com leite de
espécies equinas, a desidratação de frutos, a criação de novos
produtos na cadeia alimentar e a análise sensorial são apenas
algumas das inovações que estão ali a ser realizadas. Quatro anos
depois de ter entrado em funcionamento, aquela estrutura, criada
pela Câmara albicastrense, é uma referência nacional no setor e uma
mais valia para a região e para o país.
Equipado com laboratórios de
tecnologia de ponta, que lhe permite prestar serviços nas áreas das
análises de microbiologia, físico-química e sensorial, o CATAA tem
nas suas quatro unidades tecnológicas (Produtos Lácteos, Azeite,
Carnes e Hortofrutícolas) instrumentos que têm conduzido ao
desenvolvimento de novos produtos para o mercado.
Luís Correia, presidente da Câmara,
deu recentemente exemplos concretos do que ali está a ser
desenvolvido, como "a desidratação de fruta (pêssegos, mirtilos,
figo da índia, malaguetas, cogumelos, mosto de maçã, ou bolota),
cristalização de frutos, ou, ainda, ou a liofilização (congelação
rápida e desidratação) de framboesas, cerejas, ervas aromáticas,
figo da índia, carne e peixe".
Àqueles produtos juntam-se outros,
como um novo mel, a travia embalada em atmosfera controlada (o que
permite aumentar o tempo de prateleira) ou a desidratação de leite
de ovelha para manteiga.
"Nós estamos a fazer um
acompanhamento de alguns setores na sua totalidade, como acontece
com o figo da índia ou na apicultura, desde a sua produção até à
sua transformação e embalamento, à investigação e desenvolvimento
de novos produtos, terminando numa fase posterior, através do
InovCluster, com a sua internacionalização, a procura de novos
mercados e o marketing associado a esses produtos", explica Luís
Correia.
Em curso estão também ensaios de
produtos em atmosfera controlada, com o objetivo de aumentar o seu
período de validade. Os laboratórios de físico-química e
microbiologia permitem analisá-los, testá-los, ver os seus
benefícios para a saúde ou a sua qualidade, através de mais de 200
métodos e muitos parâmetros.
A acrescentar a essas mais valias,
surge o laboratório de análise sensorial, onde a reação das pessoas
a um determinado produto, é feito através de um sistema que mede os
impulsos do nosso cérebro a esse produto. "Já foram testados mais
de 120 produtos, solicitados por empresas nacionais e regionais,
como foram os casos de doces, compotas, iogurtes, patés, snacks,
sumos, salgados, pastelaria, enchidos, carnes, bebidas ou produtos
desidratados", referem os responsáveis do CATAA.
Numa outra perspetiva surgem os
projetos de investigação aplicada, os quais versam sobre a melhoria
da produção da cereja, a redução de percas nas linhas de produção
de azeite (em colaboração com Espanha), a redução de PH na polpa do
figo da índia, ou aumento do tempo de prateleira de carnes. "Está
ainda a decorrer o projeto +pêssego, o qual tem oito parceiros na
beira interior, e cujo objetivo é caraterizar a qualidade do
fruto", explicam os mesmos responsáveis.
A ligação entre todos os setores e
estruturas do CATAA fazem com que os produtores ou as empresas
tenham as respostas de que precisam, seja no domínio da
investigação e desenvolvimento de novos produtos alimentares, na
análise sensorial, na realização de análises, desenvolvimento dos
conteúdos de rotulagem (com a descrição dos componentes e da
energia dos alimentos, exigidos por lei), ou na elaboração de
candidaturas de Vales Empreendedorismo (no âmbito do novo Quadro
Comunitário de Apoio).
Luís Correia considera que o "CATAA
foi uma aposta da Câmara e continua a sê-lo. Dentro daquilo que é a
estratégia para o setor agroalimentar esta estrutura tem um papel
importantíssimo, pois é a partir daqui que podemos ser competitivos
nos nossos produtos e podemos incentivar pessoas a apostarem neste
setor. Se não tivéssemos este centro tecnológico, que permite aos
produtores inovarem, e desenvolverem produtos mais adaptados aos
novos mercados, estaríamos iguais a muitos outros".
Por isso, Luís Correia classifica o
CATAA "como um fator diferenciador no setor agroalimentar". O
autarca reforça a ideia de que "o centro está ao serviço das
empresas e dos produtores, pelo que fazemos o desafio para que eles
utilizem esta estrutura", e lembra os laboratórios de ponta do
próprio centro: "temos vindo a apetrechar o CATAA de equipamentos
topo de gama, do melhor que há. Em todo o interior, de Norte a Sul,
não há uma estrutura com tamanha competência, a qual está ao
serviço de todos".