IPG promove investigação
Medicação nos idosos
O Instituto Politécnico da
Guarda (IPG) obteve, recentemente, a aprovação e financiamento dos
seis projetos submetidos ao Sistema de Apoio à Investigação
Científica e Tecnológica (SAICT) dos quais é líder. O IPG obteve o
pleno de candidaturas que a instituição se podia submeter e
assegurou a participação em mais nove projetos com instituições de
Ensino Politécnico congéneres.
Uma das candidaturas aprovadas relaciona-se com o "Projeto
MediElderly-Polimedicação do idoso", intervenção educativa para
melhorar o uso de medicamento pelos idosos e a disponibilização de
informação adequada, incidindo nos Problemas Relacionados com
Medicamentos (PRM), quer devido ao uso elevado de medicamento quer
devido ao declínio das funções cognitiva e física.
A elevada prevalência de doenças crónicas na população idosa
predispõe esta população a um elevado consumo de medicamentos. Em
média, os doentes idosos tomam diariamente cerca de 2 a 5
medicamentos prescritos, sendo que, cerca de 20 a 40% dos idosos
tomam mais de 5 medicamentos. O elevado consumo de medicamentos
está também associado à utilização de medicamentos sem prescrição,
frequência de utilização e consumo por períodos superiores à
indicação clínica.
O referido Projeto visa o desenvolvimento de uma intervenção
educativa focada nos principais problemas relacionados com
medicamentos identificados na população alvo constituída pelos
idosos da região. Inicialmente será desenvolvido um estudo
qualitativo com o objetivo de explorar o conhecimento, experiências
e atitudes dos doentes idosos em relação aos seus medicamentos.
Será também explorada a perceção dos profissionais de saúde
(médicos, enfermeiros, farmacêuticos e técnicos de farmácia) sobre
problemas relacionados com medicamento nos doentes idosos. A
segunda fase do projeto consistirá na revisão da terapêutica e num
estudo quantitativo para identificação dos principais determinantes
de uso inadequado de medicamentos pela população idosa. A
informação recolhida durante estas fases será essencial para
desenhar uma intervenção educativa junto da população focando
soluções para resolver os problemas identificados, e, cujo objetivo
final é melhorar o uso de medicamentos pela população idosa com
impacto positivo na sua saúde e qualidade de vida.
Com a intervenção educativa, pretende-se melhorar a literacia em
saúde dos idosos e seus cuidadores promovendo o seu empoderamento
na gestão da sua saúde; de salientar que empoderamento dos doentes
é considerado, pela ONU, como um dos pontos-chave para o
desenvolvimento sustentável dos sistemas nacionais de saúde.
Fátima Roque (ESS/IPG), investigadora responsável pelo projeto,
entende que "este estudo responde a um importante desafio societal
da região, promovendo a saúde e consequentemente a qualidade de
vida da população idosa, contribuindo, também, para uma diminuição
de custos em saúde e para uma melhor sustentabilidade dos recursos
em saúde através de uma gestão eficaz e racional do uso de
medicamentos".