Universidade de Évora
UÉ em águas europeias
A Universidade de Évora,
através do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos
Genéticos, é a representante de Portugal numa nova rede
internacional "AQUACOSM - Network of Leading European AQUAtic
MesoCOSM Facilities Connecting Mountains to Oceans from the Arctic
to the Mediterranean", que reúne investigação experimental em águas
europeias, em ambientes doce e marinho.
Em nota de imprensa, a Universidade de Évora explica que a rede de
investigação insere-se num projeto financiado pela União Europeia,
com quase 10 milhões de euros, e junta cientistas de 12 países
europeus, pertencentes a 19 centros de investigação, diversas
universidades e empresas.
Segundo o CIBIO/InBio, pretende-se com esta iniciativa agregar as
infraestruturas experimentais dos 21 parceiros, e colocá-las à
disposição dos cientistas, com o objetivo de "melhorar
significativamente a qualidade dos dados experimentais para todos
os tipos de ecossistemas aquáticos" uma vez que, conforme explica
Miguel Bastos Araújo, coordenador científico do CIBIO/InBio, este é
"um dos problemas" visto que "muitas destas experiências são feitas
localmente" e não conseguem atingir uma "escala europeia".
Para conseguir essa "escala", o financiamento comunitário para esta
rede pretende "organizar todas estas infraestruturas experimentais
que já existem e coloca-las ao serviço dos investigadores, para
estudar a biodiversidade e as alterações do clima", sublinhando
ainda o facto de "poder-se aceder a todas estas infraestruturas,
tanto em ambiente de água doce, como de água salgada, e num
território muito mais vasto", o que permite "que se possam testar
modelos e hipóteses, mas numa escala muito mais ampla, com muito
mais replicação".
Um das investigações que vai ser colocada à disposição dos
cientistas é a rede de charcos artificiais na Península Ibérica,
intitulada "Iberian Ponds", que contempla seis pontos de
experimentação espalhados por Portugal e Espanha, cada um deles com
32 tanques, coordenada por este Centro de Investigação. A "rede
'Iberian Ponds' é única a nível europeu, pelo seu alcance
geográfico, permitindo testar as consequências de alterações
climáticas nas comunidades aquáticas e nos serviços de ecossistema
que proporcionam, desde as zonas quentes do sul da península até ao
topo das montanhas nos Pirenéus", tal como salienta o coordenador
desde centro de investigação, enfatizando ainda o fato de que
"estamos particularmente interessados em investigar como os
ecossistemas aquáticos se estruturam em diferentes regiões quando
influenciados por diferentes condições climáticas, diferentes usos
de solo e diferentes influências biogeográficas".
Lançado este ano, o AQUACOSM decorre até 2020, período temporal que
permite a este grupo alargado de investigadores analisaram o
funcionamento dos diferentes sistemas aquáticos e identificar as
reações destes aos impactos ambientais causados pelas alterações
climáticas globais, bem como à pressão gerada pela atividade
humana.