Encontro Nacional
Universidade de Évora aposta na ciência
A
Universidade de Évora (UÉ) está "a reorganizar-se ao nível da
investigação, apostando na transdisciplinaridade e em áreas nas
quais tem capacidade científica instalada, nomeadamente, a
agricultura e o património", avançou Ana Costa Freitas, reitora da
Universidade de Évora (UÉ) no Encontro Ciência 2017, o maior evento
anual da comunidade científica nacional.
Nos últimos vinte anos, dois terços do crescimento económico nos
países industrializados são atribuídos à investigação e à inovação.
Esta é uma das principais conclusões do estudo que a reitora da UÉ
fez questão de referenciar como um documento "absolutamente
essencial": este "estudo sobre o impacto da ciência pedido pelo
Comissário Carlos Moedas a Pascal Lamy, não cientista que liderou
uma equipa diversa" propõe que "a Europa e os seus Estados-membros
têm que aumentar consideravelmente o seu investimento em ciência",
estes "querem realmente liderar ou co-liderar, ter uma voz activa
neste mundo global em que hoje vivemos".
Nesse sentido, o relatório agora apresentado "dá indicações sobre
o que temos ou devemos fazer para isso". Na sua opinião é essencial
"educar sempre mais, identificar os problemas e focarmo-nos neles",
e só assim podemos "garantir maior sinergia entre fundos
estruturais e orçamento da ciência a fim de maximizar efeitos e
impactos".
A "reorientação estratégica que tem vindo a ser estruturada na
Universidade de Évora", acrescenta, "pretende ajustar as suas
dimensões locais e regionais às tendências estruturantes ao nível
europeu, adotando uma abordagem focada no impacto efetivo das suas
atividades de investigação e inovação, orientadas para desafios
globalmente relevantes, mas em simultâneo, selecionando os desafios
aos quais poderá de forma mais efetiva dar resposta. A aposta na
investigação para o Mediterrâneo, através do PRIMA é disto um
exemplo".
Outro aspeto realçado por Ana Costa Freitas é a "necessidade de
comunicar ciência, sermos os melhores a comunicar ciência", porém,
para conseguirmos esse desígnio "temos que fazer chegar ao nível de
chefes de estado e de governo (os decisores máximos), a noção de
que não haverá nunca crescimento económico sustentável sem ciência
e sem inovação", concluindo que "não há ciência e inovação sem
orçamento" e "não há continuidade na investigação sem investimento
em educação".