Santander UNI.COVID-19: Projeto do IPCB vence competição nacional
O projeto "ZELAR@CB - Zelar pelos
idosos isolados em espaços rurais", do Instituto Politécnico de
Castelo Branco, é o grande vencedor do Prémio Santander
UNI.COVID-19. A informação foi veiculada ao Ensino Magazine pela
organização do prémio.
O projeto que já tinha sido
vencedor nas fases anteriores deste concurso, foi agora premiado
como o melhor da competição. Está a ser desenvolvido pelo docente e
subdiretor da EST, Rogério Dionísio, e pelos alunos Francisco
Fernandes, Cassandra Jesus e Fábio Formiga (na foto).
Este prémio, no valor monetário de cinco mil euros, será aplicado
no desenvolvimento e integração dos sistemas IoT (Internet das
Coisas) e na realização de testes piloto com idosos residentes nas
zonas rurais de baixa densidade populacional do distrito de Castelo
Branco.
Rogério Rogério Dioníso, subdiretor da Escola Superior de
Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco, explica que
o "ZELAR@CB - Zelar pelos idosos isolados em espaços rurais" usa as
mais recentes tecnologias da Internet das Coisas (IoT) e está em
fase de testes numa quinta, no Fundão, onde reside uma pessoa
idosa.
Desenvolvido no âmbito da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica
e das Telecomunicações do IPCB, consiste "numa aplicação para
monitorizar indicadores relacionados com as atividades diárias dos
idosos isolados, alertando para qualquer modificação dos seus
hábitos".
Este projeto ganha mais significado, quando no distrito de Castelo
Branco, e segundo o próprio Instituto Politécnico de Castelo Branco
foram assinalados pela Guarda Nacional Republicana, no âmbito da
Sensos Sénior, 1867 idosos sozinhos ou isolados. "Todos temos
familiares e vizinhos em condições de isolamento em meio rural. Por
isso decidimos avançar com a ideia", diz Rogério Dionísio.
O projeto criado tem, no entender daquele docente e investigador,
condições para ser comercializado. "Por um lado, o sistema usa um
dispositivo ligado ao quadro elétrico que faz a monitorização do
consumo de energia elétrica. Esse dispositivo tem ligação Wi-Fi e
por isso podemos saber remotamente o que está ligado e durante
quanto tempo", começa por explicar. Para que a resposta e a
monitorização seja eficaz, foram implementados "alguns algoritmos
de inteligência artificial que conseguem detetar alterações
inesperadas da rotina de consumo, o que está associado a um
potencial problema com o idoso", adianta.
Detetada a anomalia, o sistema envia "um alerta para uma aplicação
do telemóvel ou um SMS, para um número previamente autorizado de
familiares ou de cuidadores informais". Mas o sistema desenvolvido
vai mais longe. Rogério Dionísio diz que também deteta quedas,
"através de um pequeno dispositivo que é usado pelo idoso, numa
pulseira ou integrado na roupa". Por isso, este projeto monitoriza
também o idoso fora da sua residência.
Como foi
a competição
O Prémio Santander UNI.COVID-19 recebeu 336 candidaturas ao longo
de três etapas, tendo sido distinguidas 14 ideias ou iniciativas,
promovidas por jovens universitários e restante comunidade
académica, que contribuem para responder à situação de emergência
relacionada com a COVID-19. No total foi atribuído um donativo
financeiro de 30.000€, distribuído por estes projetos, para que os
realizem ou para que cheguem ao maior número possível de
beneficiários.
Para além do grande vencedor, foram conhecidos também os eleitos
da terceira fase:
Street Store, da Universidade de Coimbra
Psic.ON - Plataforma Web de Suporte Psicológico
Online, da Universidade do Porto
StreetArt Against COVID19, do Instituto
Politécnico do Porto
LARS - Linha de Apoio de Responsabilidade Social,
da Universidade Lusíada do Porto
Protagonismo da Mulher em tempos de COVID-19, da
Universidade de Évora