Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura
Aldina Duarte – Uma Princesa Prometida (*)
Nasceu e
cresceu em Lisboa num bairro social de Chelas. Antes de ser cantora
profissional trabalhou num Centro de Paralisia Cerebral. O seu
contacto com o mundo das artes chega através de um grupo que
conciliava a expressão musical com o teatro e que se chamava Valdez
e as Piranhas Douradas, mas é quando grava Rua do Capelão para o
filme Xavier de Manuel Mozos que se entrega definitivamente ao
Fado.
No Teatro da Comuna foi uma das
criadoras das Noites de Fado. Naquela casa aperfeiçoa a arte de
representar e declamar com o ator João Mota, atual diretor
artístico do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. Também andou
pelas casas de fado e pertenceu ao Clube do Fado, criado pelo
guitarrista Mário Pacheco. Presa à musicalidade do fado
tradicional, da sua discografia fazem parte Apenas o amor (2004),
Crua (2006), Mulheres ao Espelho (2008) e Contos de Fado
(2011).
Neste seu último trabalho há uma
atenção ainda maior à qualidade poética. Contos do Fado tem
participação de Manuela de Freitas, José Mário Branco, Maria do
Rosário Pereira, Pedro Mexia e os seus escritores de eleição, de
Eurípedes a Tennessee Williams.
"Em Aldina a vida é a sério, é
carne, é alma, e é saudade - o inefável sentimento e atmosfera onde
cabem desde a nostalgia ao amor primaveril, numa espécie de
melancólico bem-estar" disse um dia o escritor e jornalista sueco
Thomas Nydahl (autor de vários livros sobre Lisboa), citado pela
própria cantora.
Não podíamos terminar sem anotar a
extrema atenção que a fadista dá às novas formas de comunicação.
Aconselhamos uma visita à sua página no Facebook e, principalmente,
o seu Blog à Portuguesa, uma autêntica viagem pelo mundo das
expressões artísticas. Aldina Duarte, acima de tudo oiçam-na!
(*) Princesa Prometida - Fado do
álbum Mulheres ao Espelho.
J. Vasco
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
J. Vasco