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Kathryn Stockett

Foto Livro.jpg«Hora após hora, na cozinha da Aibileen, ela lê aquilo que escreveu e eu bato à máquina, os pormenores engrossando, as caras dos bebés a tornarem-se perceptíveis. Ao princípio, fico desapontada por ser a Aibileen a fazer a maior parte do trabalho de escrita, e eu só rever. Porém, se a Elaine Stein gostar, escreverei as histórias das outras criadas e isso será trabalho mais do que suficiente. Se ela gostar… Dou por mim a repetir continuamente estas palavras na cabeça, esperando que assim seja.

A escrita da Aibileen é clara e honesta. Digo-lhe.

- Bem, pense para quem é que costumo escrever. - Ela ri-se. - Não se pode mentir a Deus.»

In As Serviçais

Kathryn Stockett nasceu em Jackson, Mississipi, em 1969. Formou-se em Inglês e Escrita Criativa, na Universidade de Alabama. Aos 24 anos, troca o Sul dos Estados Unidos pela cidade de Nova Iorque. Durante nove anos trabalha na edição de revistas e marketing e escreve o primeiro romance, As Serviçais (2009).

Quando Kathryn dizia que era do Mississipi e se seguia o comentário "Ouvi dizer que aquilo lá é muito bonito" ela respondia "a minha cidade é a terceira do país em assassinatos relacionados com gangs. Mas, se lhe respondiam "Santo Deus, deves estar contente por já não estares lá" ela afirmava " Que sabes tu? Aquilo lá é muito bonito." O Mississipi era como uma mãe. "Eu tenho o direito de me queixar tanto quanto me apetecer, mas Deus proteja a pessoa que diga uma má palavra acerca dela perto de mim, a não ser que também seja seu filho."- diz.

As Serviçais decorre nos anos 60 e aborda a vida das mulheres negras, que trabalhavam como empregadas domésticas e amas dos meninos brancos, no estado do Mississipi. O livro é uma homenagem a Demetrie, a empregada doméstica da autora. No final do livro a escritora explica o motivo que a levou a escrevê-lo. Ninguém na sua família tinha alguma vez perguntado a Demetrie "como era ser negra no Mississipi e trabalhar para a nossa família branca." afirmou a escritora. Foi essa pergunta adiada que encontrou resposta no romance. "Desejei, durante muitos anos, ter sido suficientemente crescida e atenciosa para lhe fazer essa pergunta. Ela morreu quando eu tinha 16 anos. Passei anos a imaginar qual seria a resposta dela. Foi por isso que escrevi este livro" - diz. As Serviçais foi adaptado ao cinema por Tate Taylor, em 2011, e tem Emma Stone, Octavia Spencer, Sissy Spacek e Viola Davis como actrizes. Em Portugal, o romance está editado pela Editora Saída de Emergência.

Kathryn Stockett vive actualmente em Atlanta com o marido e a filha. 

As Serviçais. Vive-se o ano de 1962. Os movimentos pelos direitos civis começam a despertar nos Estados Unidos, mas, ainda estão muito longe dos Estados do Sul. Eugenia Skeeter, tem 22 anos, terminou o curso universitário e acaba de regressar ao Mississipi. Assina uma coluna sobre dicas domésticas no jornal local enquanto, em segredo, abraça um projecto clandestino e perigoso: escrever um livro sobre as mulheres negras do Mississipi que dedicaram as suas vidas a criar os filhos das mulheres brancas. Para que esse projecto se cumpra, Skeeter precisa da colaboração da sofrida Aibileen, que criou 17 crianças brancas, e de Minny, uma mulher sem papas na língua e muita dificuldade em manter os empregos.

 

Eugénia Sousa
 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
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