joao-queiroz (7).jpgA Universidade da Beira Interior acaba de aprovar o seu plano estratégico 2020. João Queirós, reitor da instituição explica ao Ensino Magazine quais os objectivos deste ambicioso programa. A internacionalização, a investigação e a aposta na formação pós graduada são algumas das metas propostas.

O Plano Estratégico da UBI foi aprovado. Qual a importância desse programa?

O Plano 2020 constitui um passo importante e decisivo para o futuro da instituição. Andámos quase dois anos a trabalhá-lo e a discuti-lo, organizando workshops, fóruns e promovendo contactos com pessoas e entidades de fora e de dentro da universidade. No final chegámos à conclusão que conseguimos obter um documento que serve de linha orientadora para aquilo que é universidade.

Dentro desse Plano, quais os eixos estratégicos? 

Há quatro pilares, a saber: Uma maior ligação (de excelência) entre o ensino e a investigação; Internacionalização; Interacção com a sociedade; e Governação e Gestão da Qualidade. Estes quatro eixos foram divididos em diferentes objectivos, tendo sido descritas cerca de 50 linhas de acção para definir a forma como vamos atingir estes objectivos e suportar os quatro pilares. É um plano feito para oito anos, mas será para muito mais tempo que isso.

Este Plano surge no seguimento da estratégia que, enquanto reitor, está a implementar na UBI?

Nós temos uma ideia do crescimento e daquilo que são as universidades europeias e das suas linhas de acção. O Plano de acção que apresentei quando me candidatei a reitor baseava-se nestes pilares. A grande novidade é que surge uma maior exigência na ligação entre o ensino e a investigação. A internacionalização era algo que nós já estávamos a trabalhar, incrementando significativamente protocolos e acordos com outras instituições, e dinamizando a mobilidade de alunos e professores. Outro aspecto importante é a interacção com a sociedade, em todos os seus aspectos - comunicação, divulgação de ciência, captação de novos públicos, contratos de investigação, desenvolvimento regional. E neste campo falámos com todo o tipo de organizações, as quais consideraram que a UBI é um dos pilares de desenvolvimento da região, salientando a necessidade da universidade se abrir mais para o exterior. Ou seja a Universidade afirmou-se e as pessoas querem que ela ajude a região a afirmar-se. A UBI aceita esse desafio e considera que pode fazer mais do que aquilo que tem feito. 

Esta é uma lógica que rompe com a filosofia das universidades mais clássicas e mais antigas? 

Sim. O facto de sermos mais novos não tem apenas defeitos, tem muitas virtudes. Dentro da UBI notámos que os professores, investigadores e alunos estão muito receptivos em trabalhar com a região. Temos já alguns projectos empresariais com os quais estamos a trabalhar. Este é um papel importante que devemos assumir.

No último aniversário foram assinados mais protocolos de colaboração com instituições. É também deste modo que se liga a universidade à sociedade? 

Claro que sim. Isto está relacionado com aquilo que é o papel e os objectivos da universidade. Por exemplo, o acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vai ao encontro da nossa estratégia de internacionalização, o mesmo sucede com as instituições de saúde ou de engenharia. O dia 30 de Abril tem sido uma boa demonstração da colaboração e empenho das empresas e instituições.

Qual é o balanço que faz destes últimos três anos?

A UBI consolidou as suas relações com os poderes político, financeiro, nacional, regional, e com outras universidades portuguesas e estrangeiras. E neste ponto até fomos mais longe do que aquilo que pensávamos.



Dentro da própria universidade tivemos mais dificuldades do que esperaríamos. E isso não esteve relacionado apenas com as minhas escolhas, mas também pela implementação dos novos estatutos da UBI e dos novos regulamentos das faculdades e com a maior autonomia científica e pedagógica que demos às faculdades. O papel principal de decisão passou para os conselhos científicos e pedagógicos das faculdades, o que criou alguma perturbação na relação entre o reitor e os docentes, mas principalmente com os departamentos.

Na sessão solene de aniversário falou sobre a abertura do UBI Medical. Quando é que isso se concretizará?

Em termos físicos o UBI Medical deverá ficar concluído no verão. Abrimos concurso para os arranjos externos, pelo que agora há que avançar com o equipamento e com as pessoas. Dentro em breve vamos avançar com a sua dinamização. Gostaria que este ano o UBI Medical estivesse totalmente instalado, para que essa estrutura entrasse em funcionamento.

Uma das imagens de marca desta reitoria tem passado pela atribuição de doutoramento Honoris Causa a diferentes individualidades...

Esse título constitui o reconhecimento pela universidade do papel desenvolvido por determinadas personalidades, que de alguma forma estiveram ligadas à região, à universidade e ao país, e que são dignificantes para a instituição. Para além disso, revela que a universidade reconhece determinado tipo de valores que devem ser valorizados, através da atribuição desse grau. Futuramente vamos ter um novo doutoramento Honoris Causa, no início do ano lectivo, ao professor Júlio Formoso, que foi reitor da Universidade de Salamanca e foi o primeiro responsável pela implementação do curso de medicina na UBI.

Dada a actual crise financeira do país e os cortes efectuados pelo Governo às instituições de ensino superior, como é que a UBI está a reagir?

No dia 30 de Abril foi aprovado, por unanimidade no Conselho Geral o relatório e contas de 2011, onde se verifica que UBI tem vindo a evoluir positivamente e em 31 de Dezembro apresentou uma situação estável. É natural que em 2012 haja mais dificuldades. Mas mais grave, em 2012, do que termos menos dinheiro, é terem-nos retirado a autonomia para fazer essa gestão. E isso é injusto, pois as universidades têm, no geral, mais receitas que despesas. Isso acontece na UBI, não temos dívidas nem empréstimos, pagamos aos fornecedores a tempo e horas. Ou seja estamos a fazer uma gestão muito positiva, muito pelo facto de termos diversificado as fontes de financiamento. Aquilo que me preocupa são as regras de restrição orçamental e que podem criar alguns problemas nos projectos de crescimento da universidade.

A UBI tem feito uma grande aposta nos segundo e terceiros ciclos. A crise económica pode levar a que haja menos candidatos?

É evidente que pode. Muitos dos nossos alunos do 3º ciclo têm bolsas de investigação e alguns do segundo também. Se houver menos financiamento por parte das instituições que atribuem as bolsas teremos menos alunos. Estamos numa fase de alguma preocupação. Embora no 2º ciclo estejamos a apostar em várias frentes, a saber: captar alunos que não fizeram o 1º ciclo na nossa universidade; garantir que os nossos alunos de 1º ciclo prossigam para os mestrados; captar antigos alunos da região, que já estão no mercado de trabalho, e que possam regressar à universidade. A universidade está atenta e já reunimos com o presidente da Associação Académica para ultrapassar algumas dificuldades que possam surgir.

Também ao nível do 1º ciclo a universidade procura criar condições para ultrapassar problemas desse tipo. Os alunos devem ter sempre uma última oportunidade para regularizarem a sua situação. Aqueles que mais precisam têm sempre alguns mecanismos que a universidade lhe dá para, por exemplo não terem custos de alimentação durante um mês ou custos acrescidos de alojamento.

joao-queiroz (10).jpgAo nível da oferta formativa vão surgir novidades no próximo ano?

Não. A oferta formativa, nos últimos dois anos, tem-se mantido estabilizada.

No que respeita a vagas, defende uma descriminação positiva para o interior do país?

Esta é uma matéria delicada. Considero que as universidades e politécnicos do interior do país estariam mais salvaguardados se as regras da atribuição de vagas (ou números clausus) continuarem a existir. No mínimo é isso que peço, até porque nos 2º e 3º ciclos já existe uma grande liberalização. Ao nível do 1º ciclo deve haver uma regulação do sistema, pois no interior do país, nós até podemos dizer que somos muito bons, mas a maioria dos alunos candidatos estão no litoral e concorrem para ficar perto de casa. Ou seja nem nos dão a oportunidade de nos dar a conhecer.

" />

Politécnico

Estudo universitário revela impacto na região
Politécnico vale 45 milhões

87 copy.jpgO Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) tem um impacto na região de cerca de 45 milhões de euros. Os dados resultam de um estudo conduzido por dois investigadores universitários (do Minho e de Coimbra) e são apresentados, em primeira mão, ao Reconquista, pelo presidente do politécnico. "O impacto direto do funcionamento IPCB na economia local é da ordem dos 45 milhões de euros anuais", diz Carlos Maia.

O presidente do IPCB adianta que tem um peso médio no PIB de 4,98% nos concelhos de Castelo Branco e Idanha-a-Nova. "Além disso, o estudo que irá ser publicado brevemente, revela que "por cada euro de financiamento do orçamento de Estado no IPCB há um retorno para a região de 2,64 euros".

Os dados, diz Carlos Maia, são claros e revelam que "não há nenhum investimento público, neste momento, que tenha igual retorno para a região".

O peso que o IPCB tem na região é também demonstrado por outros parâmetros: "somos responsáveis por 12% da população ativa. A sua comunidade académica representa 18% da população albicastrense. São indicadores muito fortes que devem merecer todo carinho da população e da região pelo instituto. Temos um peso muito forte e sabemos aquilo que representamos e estamos a assumir as nossas responsabilidades para a sociedade".

Carlos Maia diz que é "inconcebível, neste momento, podermos pensar a região sem uma instituição como o Politécnico de Castelo Branco". O presidente do IPCB aborda a questão sobre várias perspetivas como a "empregabilidade, os impostos e a riqueza que as pessoas formadas no IPCB criam a nível local, ou da ligação às empresas. Sem o IPCB a região seria muito mais frágil".

 
 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
 
Unesco.jpg LogoIPCB.png

logo_ipl.jpg

IPG_B.jpg logo_ipportalegre.jpg logo_ubi_vprincipal.jpg evora-final.jpg ipseutubal IPC-PRETO