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Centro de Apoio tecnológico ao Agro Alimentar de Castelo Branco
A inovação está a diferença

cataa.JPGO Centro Tecnológico de Apoio ao Agro Alimentar, situado em castelo Branco, é hoje uma das referências nacionais, em termos de inovação, criação de novos produtos e de investigação. A produção de queijos com leite de espécies equinas, a desidratação de frutos, a criação de novos produtos na cadeia alimentar e a análise sensorial são algumas inovações que ali estão a ser realizadas.

Equipado com laboratórios de tecnologia de ponta, que lhe permite prestar serviços nas áreas das análises de microbiologia, físico-química e sensorial, o CATAA tem nas suas quatro unidades tecnológicas (Produtos Lácteos, Azeite, Carnes e Hortofrutícolas) instrumentos que têm conduzido ao desenvolvimento de novos produtos para o mercado.

Luís Correia, presidente da Câmara, dá exemplos concretos do que ali está a ser desenvolvido, como "a desidratação de fruta (pêssegos, mirtilos, figo da índia, malaguetas, cogumelos, mosto de maçã, ou bolota), cristalização de frutos, ou, ainda, ou a liofilização (congelação rápida e desidratação) de framboesas, cerejas, ervas aromáticas, figo da índia, carne e peixe".

Àqueles produtos juntam-se outros, como um novo mel, a travia embalada em atmosfera controlada (o que permite aumentar o tempo de prateleira) ou a desidratação de leite de ovelha para manteiga. Luís Pinto de Andrade, diretor do CATAA, e docente na Escola Superior Agrária de Castelo Branco, fala na "inovação com tradição", e aponta o setor do queijo como uma aposta, onde "há duas empresas da região a desenvolver novos produtos para o mercado português".

Em matéria de criação de novos produtos, Luís Correia recorda um novo doce lançado pela empresa Dayana, "Os Presidentes", o qual já está no mercado, depois de ter sido desenvolvido no CATAA.

Mas a inovação não se fica por aqui. Foi também desenvolvida uma nova colmeia, com revestimento de novos materiais, mais leves, bem como a aplicação de novas tecnologias de monotorização de colmeias, através de sensores, com empresas de Castelo Branco. É também no setor apícola que está a ser feita uma investigação que permitirá identificar compostos no mel que podem ser úteis à saúde, tendo já sido analisados 80 méis da região centro.

A ligação à fileira do mel não se fica por aqui. Luís Correia recorda a Melaria, instalada na zona industrial de Castelo Branco, e o Centro Nacional de Produção de Abelhas Rainhas, criados pela Câmara albicastrense, o que permite que o concelho tenha o ciclo completo do setor. O mesmo acontece com a produção do figo da índia, onde além de todo o trabalho desenvolvido no CATAA, foi construído pela autarquia, um Centro de Transformação daquele produto, localizado na freguesia das Benquerenças. "Nós estamos a fazer um acompanhamento de alguns setores na sua totalidade, como acontece com o figo da índia ou na apicultura, desde a sua produção até à sua transformação e embalamento, à investigação e desenvolvimento de novos produtos, terminando numa fase posterior, através do InovCluster, com a sua internacionalização, a procura de novos mercados e o marketing associado a esses produtos", explica Luís Correia

Em curso estão também ensaios de produtos em atmosfera controlada, com o objetivo de aumentar o seu período de validade. Os laboratórios de físico-química e microbiologia permitem analisá-los, testá-los, ver os seus benefícios para a saúde ou a sua qualidade, através de mais de 200 métodos e muitos parâmetros.

A acrescentar a essas mais valias, surge o laboratório de análise sensorial, onde a reação das pessoas a um determinado produto, é feito através de um sistema que mede os impulsos do nosso cérebro a esse produto. "Já foram testados mais de 120 produtos, solicitados por empresas nacionais e regionais, como foram os casos de doces, compotas, iogurtes, patés, snacks, sumos, salgados, pastelaria, enchidos, carnes, bebidas ou produtos desidratados", refere Luís Pinto de Andrade.

Numa outra perspetiva surgem os projetos de investigação aplicada, os quais versam sobre a melhoria da produção da cereja, a redução de percas nas linhas de produção de azeite (em colaboração com Espanha), a redução de PH na polpa do figo da índia, ou aumento do tempo de prateleira de carnes. "Está ainda a decorrer o projeto +pêssego, o qual tem oito parceiros na beira interior, e cujo objetivo é caraterizar a qualidade do fruto", explica Luís Pinto de Andrade.

A ligação entre todos os setores e estruturas do CATAA fazem com que os produtores ou as empresas tenham as respostas de que precisam, seja no domínio da investigação e desenvolvimento de novos produtos alimentares, na análise sensorial, na realização de análises, desenvolvimento dos conteúdos de rotulagem (com a descrição dos componentes e da energia dos alimentos, exigidos por lei), ou na elaboração de candidaturas de Vales Empreendedorismo (no âmbito do novo Quadro Comunitário de Apoio).

Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco, considera que o "CATAA foi uma aposta da Câmara e continua a sê-lo. Dentro daquilo que é a estratégia para o setor agroalimentar esta estrutura tem um papel importantíssimo, pois é a partir daqui que podemos ser competitivos nos nossos produtos e podemos incentivar pessoas a apostarem neste setor. Se não tivéssemos este centro tecnológico, que permite aos produtores inovarem, e desenvolverem produtos mais adaptados aos novos mercados, estaríamos iguais a muitos outros".

Por isso, Luís Correia classifica o CATAA "como um fator diferenciador no setor agroalimentar". O autarca reforça a ideia de que "o centro está ao serviço das empresas e dos produtores, pelo que fazemos o desafio para que eles utilizem esta estrutura", e lembra os laboratórios de ponta do próprio centro: "temos vindo a apetrechar o CATAA de equipamentos topo de gama, do melhor que há. Em todo o interior, de Norte a Sul, não há uma estrutura com tamanha competência, a qual está ao serviço das empresas, dos produtores, dos politécnicos e universidades, e de investigadores".

No CATAA, com o diretor, trabalham sete técnicos superiormente qualificados. Para além dos laboratórios, o centro possui ainda quatro unidades piloto, para produtos lácteos, azeite, carnes e produtos hortofrutícolas, onde é possível transformar as matérias primas, por exemplo para a produção de queijo ou travia, de azeite ou enchidos.

Para Luís Correia, importa prosseguir esta estratégia. "Temos feito grandes investimentos no Centro e é necessário dar continuidade a este trabalho. O CATAA está a afirmar-se no panorama nacional. Já nos procuraram empresas de todo o continente e das ilhas".

O autarca reafirma que o CATAA está aberto a todos quantos necessitem de apoio no setor agroalimentar. "Todos os produtores podem usufruir deste centro, têm o apoio técnico necessário, podem fazer as suas experiências de forma sigilosa", diz.

E para que tudo fique completo, também o prémio sabores do ano foi avaliado em Castelo Branco. "Essa identificação foi desenvolvida no CATAA. Temos constituído um painel de consumidores com 300 pessoas e um outro de provadores de queijos DOP da Beira Baixa Baixa", esclarece.

 
 
 
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